domingo, 2 de janeiro de 2011

Zurique... última parada na Suíça

Deixando para trás o belo “Lac Lémam”, de Lausanne seguimos, de trem, para Zurique. Para trás, deixamos também o ainda familiar francês, de Genebra e de Lausanne, e seguimos em direção ao desconhecido alemão, de Zurique. Tendo passado pela capital Berna, desembarcamos na estação central de Zurique, trocamos um pouco mais de dinheiro, passamos no “i” para informações e mapas e seguimos de tram (uma versão evoluída do bonde) para o nosso hotel. Era quarta feira, 29 de dezembro.
Zurique é a grande metrópole suíça, com cerca de trezentos e quarenta mil habitantes. Cortada pelo rio “Limmat” (que é alimentado pelas águas do lago “Zürichsee”), a cidade é famosa por seus bancos. Tudo o que se encontra nos grandes centros urbanos é possível encontrar em Zurique, até favela (ou melhor, favelinha, na periferia da cidade... podem acreditar).
Como está implícito no nome, nosso hotel, “Novotel Zurich Airport Messe”, situa-se próximo ao aeroporto. O problema é que, em geral, aeroportos ficam longe dos centros. Isto é, apesar de quatro estrelas, suíte (quase presidencial...) e internet no quarto, nosso hotel ficava muito longe de tudo. Só para se ter uma idéia, do hotel ao centro da cidade, de tram, gastávamos cerca de meia hora. Confesso que ficamos com saudades dos albergues de Madrid e de Barcelona.
No que se refere à gastronomia, em Zurique tivemos experiências contrastantes. Essas experiências variaram de vinho e queijo suíços (vinho da tradicional região de Lausanne e queijo Camembert) à cerveja e salsicha alemãs (devido à influência germânica sobre esse cantão da Suíça). É fascinante perceber os elementos culturais que nos são transmitidos através das comidas típicas de cada lugar. Nós amamos isso!
Em Zurique, visitamos o “Monumento em homenagem a Zwínglio”, uma estátua do principal articulador da Reforma Protestante nessa cidade, a “Grossmünster”, igreja onde Zwínglio pregava (destaque para suas duas belas torres), a “St. Peter Kirche”, igreja que se difere das demais por seu púlpito na frente, no centro e no alto da nave (destaque para a torre na qual se encontra o relógio mais largo de toda a Europa, com 8,70m. de diâmetro), a “Fraumünster”, igreja famosa por seus maravilhosos vitrais (destaque para a torre mais alta das três principais igrejas do centro histórico), a “Banhofstrasse”, rua comercial onde se encontram lojas das principais marcas do mundo (especialmente vestuário), a “Augustinergasse”, ruela repleta de casas rústicas, a “Universität”, construída em 1864 e ampliada posteriormente, o rio “Limmat”, que corta a cidade de ponta a ponta, e o lago “Zürichsee”, que, infelizmente, só pude ver à noite.
É válido ressaltar que o movimento anabatista (hoje, batista) também surgiu em Zurique, quando alguns discípulos de Zwínglio, desejosos de voltar ainda mais aos valores do Novo Testamento, foram rebatizados em uma fonte de uma praça da cidade. Infelizmente, ninguém sabia informar, precisamente, a praça e a fonte. Logo, visitamos e fotografamos várias, na esperança de ter sido em uma delas.
O destaque de Zurique vai para a sede da FIFA. Nós a visitamos num dia de muita neblina. Mesmo assim, do lado de fora, foi possível observar alguns monumentos sobre futebol e os vários campos totalmente cobertos de neve. Por incrível que pareça, esse foi o lugar onde fomos mais bem tratados, até agora. Logo na entrada do prédio principal, encontramos uma jovem senhora que poderia ganhar o “Troféu Simpatia”. Lá dentro, fomos recebidos por uma moça que poderia ganhar o “Troféu Gentileza”. Por falar em troféu, vimos e fotografamos uma réplica do da Copa do Mundo. Ao lado de outros troféus oficiais da FIFA, vimos uma coluna onde estão listados os nomes de todas as seleções campeãs mundiais. Ah! Fotografei a Thaís ao lado do mascote da copa da África (ele era maior que ela). Aproveitando a oportunidade, compramos alguns presentes e fizemos propaganda de Belo Horizonte, uma das sedes da Copa de 2014, no Brasil.
Como Zurique foi nossa última parada na Suíça, gostaria de destacar três impressões acerca do que observei nesse país. Em primeiro lugar, as igrejas de tradição reformada possuem uma Bíblia aberta no centro da nave, um púlpito em um dos lados da nave, uma pia batismal e um órgão de tubos. Penso que isso comunica alguns valores como, a centralidade das Escrituras, a ênfase na pregação, a necessidade do batismo (inicialmente de crianças, mantendo a tradição herdada do catolicismo romano, e posteriormente de crentes em Jesus, sob influência dos anabatistas) e a importância da música. Em segundo lugar, em todas as cidades que visitamos, o transporte público é livre. Não é preciso passar em roletas antes ou dentro do ônibus, tram ou metrô. Cada um pode entrar e viajar pelo que quiser. Mas, caso seja exigido por um fiscal é necessário mostrar a passagem comprada. Se a passagem não for apresentada, a pessoa é multada imediatamente. Livre não quer dizer de graça. Em terceiro e último lugar, a diferença entre os cantões é claramente perceptível. A maior evidência disso é a língua. Inacreditavelmente, passamos certo aperto em Genebra e Lausanne, onde muitas pessoas não falavam inglês.
Por fim, deixamos Zurique na manhã de sexta, dia 31 de dezembro, último dia de 2010, em direção à Innsbruck. Das 203 fotos que tirei, 15 estão no meu Facebook.
Luiz Felipe Xavier.

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