domingo, 12 de abril de 2015

Piedade num mundo ímpio

Piedade num mundo ímpio

Gênesis 12 a 14

12 de abril de 2015

Luiz Felipe Xavier

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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Criação e cultura

Gênesis 1 é o primeiro capítulo da Bíblia. O grande tema desse capítulo é a criação de Deus. É interessante notar que a Escritura Sagrada começa e termina com a criação de Deus. Ela começa com “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn. 1:1) e termina com “(...) vi um novo céu e uma nova terra.” (Ap. 21:1). Logo, Deus é o Criador de tudo o que existe e existirá.
Em Gênesis 1:1-2:3, descobrimos 3 verdades sobre a criação de Deus. A primeira verdade sobre a criação é que Deus cria tudo que existe. “No princípio Deus criou os céus e a terra” (Gn. 1:1). No princípio é quando não há nada. Se é quando não há nada, Deus cria a partir do nada. Só ele cria a partir do nada. Assim, está pressuposto que Deus existe e que ele é eterno. O Deus que cria é Elohim. A palavra Elohim é um substantivo, no plural. Assim sendo, o Deus que cria é a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai fala, o Filho executa e o Espírito Santo dinamiza. Mas, quando Deus cria, o verbo utilizado é bara. Esse verbo está no singular. Aqui encontramos um problema, pois a tradução literal do texto original seria: No princípio, Deuses criou. A partir do que foi dito acima, a solução para esse problema é a compreensão trinitária de Deus – um só Deus, que é três pessoas. Então, quando não havia nada, a Trindade cria os céus e a terra. Ou seja, cria todas as coisas.
A segunda verdade sobre a criação é que Deus ordena tudo o que cria. “Era a terra [criada] sem forma e vazia.” (Gn. 1:2). Era sem forma definida e desabitada. Em 6 dias, Deus ordena o caos na terra. A Bíblia não diz, claramente, se esses 6 dias são dias de 24 horas ou eras de tempo indeterminado. Porém, de uma coisa podemos ter certeza: a descrição da criação é poética. Deus cria dando forma ao que não tem forma e enchendo o que está vazio. No primeiro dia, ele cria a luz e separa a luz das trevas; no quarto dia, Deus cria os luzeiros do dia e da noite. No segundo dia, ele cria o céu e separa águas de baixo das águas de cima; no quinto dia, Deus cria os seres das águas e dos ares. No terceiro dia, ele separa as águas da terra seca; no sexto, Deus cria os seres da terra e, especialmente, os seres humanos. No sétimo e último dia, ele descansa. Vale ressaltar que tudo que Deus faz é bom e o ser humano é muito bom.
A terceira e última verdade é que Deus estabelece um responsável por tudo que ordena. “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn. 1:27). Deus é uma família – Pai, Filho e Espírito Santo – e, quando cria à sua imagem, cria uma família – homem e mulher. Consequentemente, o ser humano à imagem de Deus é o casal. Assim como no mundo antigo a imagem de um rei representava esse rei num território conquistado, o ser humano criado à imagem de Deus representa Deus na terra – daqui nasce o conceito de imago Dei. O fato do ser humano ter sido criado à imagem de Deus confere-lhe dignidade. O texto segue, dizendo: “Deus os abençoou, e lhes disse [ao homem e à mulher]: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra.”.” (Gn. 1:28). Esse verso é conhecido como “mandato cultural”. Simplificando, “mandato cultural” é a ordem dada por Deus ao ser humano de cuidar e desenvolver a criação. Sobre esse mandato, Charles Colson declara: “(...) até o sexto dia, Deus fez todo o trabalho da Criação diretamente. Mas, agora cria os primeiros seres humanos e os ordena a levar adiante de onde deixou.”. Na mesma linha, John Stott deixa claro que: ““Natureza” é o que Deus nos dá; “cultura” é o que nós fazemos com ela.”. Por fim, de acordo com René Padilla, “Esta é a base da mordomia responsável no uso e cuidado dos recursos naturais e também para o desenvolvimento científico e tecnológico, não em função do crescimento econômico, mas sim como o meio de cumprir o propósito de Deus para sua criação e, assim, dar glória ao Criador.”. Portanto, o fato do ser humano ter recebido o “mandato cultural” confere-lhe responsabilidade.
Que Deus nos ajude a cumprir o “mandato cultural” na sua criação!
Luiz Felipe Xavier.