sábado, 28 de janeiro de 2012

Começa o trabalho em La Paz...

O nosso trabalho começou, de fato, no segundo dia. Mas, antes de falar sobre isso, gostaria de contar um pouco sobre a Bolívia e sobre La Paz.

Situada no centro da América do Sul, a Bolívia é o país de maior fronteira com o Brasil. No centro do seu território encontra-se a Cordilheira dos Andes, que divide-se em ocidental e oriental. Entre essas duas cadeias de montanhas está o altiplano, onde vive a maioria dos seus habitantes. Só para ter-se uma idéia, a área total da Bolívia equivale a quase duas vezes o estado da Bahia. Além do Brasil, ela faz fronteira com Paraguai, Argentina, Chile e Peru. O país é o mais pobre da América do Sul, tendo a mineração como principal produto de sua economia. Seu povo pode ser dividido em três grupos distintos: o índio, com 61% da população; o europeu, com 15%; e o mestiço, com 24%. O primeiro grupo é divido entre Quéchuas e Aimaras, e é o mais pobre. O segundo é composto pelos descendentes dos espanhóis e é o mais rico. O terceiro é formado pela mistura de indígenas e espanhóis, e forma a classe média. A alma do povo boliviano é fortemente marcada pela cultura indígena, o que permanece até hoje.

De 2.000 a 1.500 a.C., o desenvolvimento tecnológico do povo que habitava a região da Bolívia, especialmente no que refere-se à astronomia, à agricultura e à engenharia civil, era equivalente ao desenvolvimento tecnológico dos egípcios. Esse povo deu origem aos Aimaras que, no século XIII da era cristã, foram dominados pelos Incas. Em 1530, os espanhóis chegaram, dominando os Incas e outros grupos indígenas. Os índios foram submetidos a trabalho escravo, nas minas de prata do Alto Peru (nome como a Bolívia era chamada até então). Em 1809, os revolucionários do Alto Peru, comandados por Antônio José de Sucre, subordinado de Simão Bolívar, derrotaram o exército espanhol. No dia 6 de agosto de 1825 a independência da Bolívia é proclamada. Infelizmente, a história política ulterior do país é marcada por golpes e guerras. Duas dessas guerras tiveram conseqüências terríveis para o povo boliviano: a Guerra do Pacífico (quando a Bolívia, derrotada pelo Chile, perdeu a província do Atacama – bem como sua única saída para o mar – e a maior mina de cobre do mundo – que viria a ser a principal fonte de riqueza do país vencedor); e a guerra contra o Paraguai (quando o Chaco Boreal – região de jazidas de petróleo – foi dividido em um terço para a Bolívia e dois terços para o Paraguai). Em 2006, Evo Morales é eleito presidente do país. Assim como Lula foi um operário que ascendeu ao poder no Brasil, Evo Morales foi um índio que ascendeu ao poder na Bolívia. Desde então, os bolivianos esperam por dias melhores.

La Paz é a capital da Bolívia (apenas executiva e legislativa), a capital mais alta do mundo (3.650m, acima do nível do mar) e a capital mais indígena do mundo (maioria Aimara). Inicialmente chamada de Ciudad de Nuestra Señora de La Paz, foi fundada em 1548, pelo capitão espanhol Alonzo de Mendonza, onde hoje encontra-se o vilarejo de Laja. Porém, devido aos fortes ventos e às baixas temperaturas, foi transferida pelos espanhóis para o vale do Rio Chuquiyapu, onde situa-se hoje. Com cerca de dois milhões de habitantes, La Paz possui uma geografia singular. Localiza-se no fundo de um vale, junto a um cânion, em meio à Cordilheira dos Andes. Logo, grande parte de suas casas encontrarem-se nas encostas de morros.

Vamos voltar ao trabalho! No segundo dia, toda a equipe ficou por conta dos preparativos para as Escolas Bíblicas de Férias, em três igrejas: Antioquia, Alpacoma e Pedregal. A “Iglesia Cristiana Antioquia” encontra-se próxima ao CCM (Centro de Capacitación Misionera) e é “mãe” das outras duas. A “Iglesia Cristiana Alpacoma” situa-se no bairro mais pobre de La Paz, onde estão dezenas de fornos de fabricação de tijolos. A igreja “Comunidad Cristiana El Pedregal” localiza-se num bairro de classe média e foi fundada por uma ex-aluna do CCM. Preparamos crachás, músicas, brincadeiras, teatros e materiais para ajudar as crianças a memorizar versículos bíblicos. Tudo isso tendo como referência a vida de dois personagens bíblicos: Josias e Neemias.

No terceiro, quarto, quinto e sexto dias, ora com todo o grupo, ora com parte dele, fomos até essas igrejas e ajudamos os irmãos com as Escolas Bíblicas de Férias. Nosso trabalho incluiu a participação no louvor, a direção de brincadeiras, a apresentação de peças teatrais, a ajuda na ministração de estudos bíblicos, na memorização de versículos bíblicos, na confecção de trabalhos manuais e na distribuição de lanches. Detalhe: tudo em castelhano.

Hoje, após o culto, todo o grupo foi divido para almoçar na casa dos irmãos da igreja. Bárbara Ávila, Gabriela e eu fomos à casa de uma família simples e amorosa. Ali, comemos juntos, cantamos em aimara e, acima de tudo, aprendemos que a felicidade não depende de bens materiais. No caminho para casa, esses irmãos levaram-nos em dois mirantes e na Plaza Murillo. Ao chegarmos nessa praça, deparamo-nos com as comemorações de dois anos do Estado Plurinacional da Bolívia. Para nossa surpresa, lá estava Evo Morales, cantando e dançando.

Além de tudo isso, as tarefas comuns da casa (arrumar quarto e refeitório, lavar banheiro, louça e roupa) têm aprofundado a nossa noção de serviço, a convivência intensa uns com os outros tem fortalecido a nossa noção de corpo de Cristo, as partidas de Wally (voleibol que usa as paredes) têm estendido nossa noção de comunhão até os irmãos bolivianos, e os momentos devocionais sobre os princípios de mutualidade ou mandamentos recíprocos têm adensado a nossa noção de unidade.

Abaixo, testemunho da nossa moçada... Bárbara Ávila: “Sol, chuva, choro, riso, trabalho, cansaço, diversão, cuidado e amor. Nosso Deus é lindo e é o mesmo aqui em La Paz, no Brasil e em qualquer lugar do mundo.”; Bárbara Martins: “Foram especiais os momentos que pudemos louvar ao nosso Deus cantando em diferentes línguas. Deus também me abençoou, de uma forma inimaginável, no serviço com as crianças na Escuela Bíblica Vacacional.”; Bernardo: “Apesar da diferença cultural e da barreira lingüística, o carinho das crianças bolivianas é o mesmo experimentado em missões como São Bento Abade e Prados.”; Bianca: “Lágrimas de alegria escorreram dos meus olhos ao perceber que Deus se faz presente tanto nas paisagens maravilhosas de La Paz quanto no brilho dos olhos das crianças pobres. Elas nos ensinaram que a verdadeira alegria está em servir a um Deus que estabelece seu Reino de diversas formas e dá-nos oportunidade de desfrutar do seu amor e da sua graça onde quer que estejamos.”; Fernando: “Alpacoma me fez repensar meus conceitos de simplicidade e amor ao próximo.”; Francisco: “Aqui, estamos experimentando o amor incondicional de Deus pelos seus filhos. É como se ele estivesse falando para eles: “Eu não me esqueci de vocês.”; Gabriela: “O tempo que estamos passando aqui tem permitido crescimento, cura e, principalmente, alegria em relembrar que o amor de Deus vai muito além de todas as barreiras sociais e culturais. Me fez repensar prioridades e propósitos que tenho em minha vida.”; Júlia: “A dor causada pela pobreza de Alpacoma em nossos corações foi substituída por amor aquelas pessoas ao ver o sorriso e o carinho de cada criança ao nos ver.”; Laura: “Uma das primeiras coisas que me impactou foi a forma como as pessoas, principalmente os jovens, se cumprimentam e se relacionam. Servir ao lado dessa igreja tornou o que era para ser uma forma de encorajá-los em uma maneira de unir e cuidar do nosso grupo.”; Nick: “Dizer que trabalhar com crianças nas Escolas Bíblicas de Férias é ensinar-lhes sobre Jesus não é tudo. O olhar dessas crianças ensinou-me a reconsiderar o que eu valorizo e priorizo.”; Pedro: “Apesar de aparentemente diferentes, somos mais parecidos que imaginamos, pois amamos, adoramos e servimos ao mesmo Deus. Isso é maravilhoso!”; Thaís: “É impressionante ver a maneira como Deus trabalha quando estamos a serviço dele. Nós temos planos e Deus tem planos, porém, os planos de Deus são melhores e prevalecem sobre os nossos. Que os planos de Deus continuem a ser realizados aqui em La Paz e que nós possamos ser instrumentos dele.”.

Deus é bom e hoje é domingo, 22 de janeiro de 2012.

Luiz Felipe Xavier.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Já na Bolívia...

Já estamos em terras bolivianas!

Desde o início da viagem, temos percebido a mão de Deus dirigindo-nos, nos mínimos detalhes. De Belo Horizonte para São Paulo, tudo tranqüilo (até para os três que tiveram que esperar por duas horas, devido ao atraso no vôo). Em Guarulhos, conseguimos fazer o check in como grupo, o que foi muito bom. Depois de almoçarmos juntos, passamos pela Polícia Federal e nos acomodamos na sala de embarque. Nós e a delegação do Flamengo (lamentável!), que viajaria para a Bolívia no mesmo vôo. Assentado ao nosso lado, em pouco mais de uma hora, o Ronaldinho Gaúcho tirou foto com mais de 100 torcedores.

Com uma hora de atraso, partimos de São Paulo para Santa Cruz de la Sierra. Como não tinha mais janela, todos os 13 integrantes da nossa equipe assentaram-se próximos, no meio do avião (exceto o Bernardo). Chegamos ao nosso destino no entardecer-anoitecer. Quando o pouso foi anunciado, consegui um lugar na janela e pude ver a cidade do alto. Muito plana, pouco movimentada e com muitas ruas de terra. A imigração foi tranqüila (até para o Nick), mas demorada, pois perdemos muito tempo na fila (a delegação do Flamengo passou por trás, o que deixou-nos revoltados, especialmente a Laura).

Tendo recebido o carimbo, saímos correndo para fazer nossa conexão (me lembrei do filme “Esqueceram de mim”...). Graças a Deus, conseguimos embarcar em direção à La Paz. Durante o vôo, alguns dormiram e outros ficaram acordados para apreciar a fantástica aterrissagem em El Alto (cidade onde localiza-se o aeroporto, a 4.100m., acima do nível do mar). Após 55 minutos, desembarcamos no nosso destino final. Enquanto esperávamos nossa bagagem na esteira, uma brasileira sentiu-se mal e desmaiou, devido à altitude. Entre nós, todos passaram e passam bem.

Fomos recebidos por cerca de 10 irmãos bolivianos. Faixas de boas vindas, beijos e abraços. Acolhimento carinhoso que jamais esqueceremos. Tendo acomodado tudo e todos (em duas vans e um carro), descemos para La Paz. Chegando ao CCM (Centro de Capacitación Misionera), acomodamo-nos em nossos quartos (excelentes, por sinal), assentamo-nos em torno da mesa para uma pequena refeição e preparamo-nos para dormir.

Todos nós dormimos muito bem. Acordamos tarde e tomamos café juntos. Logo em seguida tivemos um momento devocional, em companhia dos nossos anfitriões. Nesse momento, eu fiz uma pequena introdução aos princípios de mutualidade ou mandamentos recíprocos, e dirigi uma reflexão sobre os dois primeiros: “amem uns aos outros” e “aceitem uns aos outros”. Depois de um tempo de oração, o Marcelo e a Silvana deram-nos uma aula sobre cultura boliviana. Foi, simplesmente, sensacional!

Almoçamos juntos e fomos passear. Visitamos uma bela praça, trocamos dólares por bolivianos, compramos o que precisávamos num supermercado, tomamos um maravilhoso café e voltamos para casa. À noite, recebemos os jovens da igreja para um tempo juntos, tivemos duas reuniões importantes com as lideranças das igrejas daqui e entregamos os presentes à família que nos recebe. Amanhã, começaremos a trabalhar duro.

Hoje é dia 17 de janeiro de 2012. Esse foi o nosso primeiro dia.

Luiz Felipe Xavier.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Evangelho da Reconciliação

O Evangelho da Reconciliação

2 Coríntios 5:17 - 6:2

15 de janeiro de 2012

Luiz Felipe Xavier

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Londres... última estação

Deixando Paris, seguimos, de trem, para Londres. Desembarcamos em Waterloo, onde, de cara, percebemos o espírito olímpico pairando no ar. Estação decorada e loja temática. Trocamos o resto de euros por libras, passamos no “i” para informações e mapas, compramos nosso Oyster (cartão para o transporte público) e seguimos, de metrô, para o nosso hotel. Era domingo, primeiro de janeiro de 2012.

Londres é a capital da Inglaterra e a cidade mais visitada do mundo. Cortada pelo rio Tâmisa, possui cerca de sete milhões e seiscentos mil habitantes. Nela, tradição e tecnologia se harmonizam plenamente. Chama a atenção o quase perfeito sistema de transporte público, especialmente o metrô. As inúmeras linhas cortam toda a cidade.

Nosso hotel, “All Seasons London Southwark Rose”, situa-se próximo à “London Bridge”, num excelente ponto da cidade. Prédio novo, estilo contemporâneo, quarto não muito confortável e café da manhã fantástico.

No que se refere à gastronomia, em Londres, nossa experiência não foi muito vasta. Ela reduziu-se ao tradicional Fish and Chips, peixe frito com batatas fritas. Essa especialidade enquadra-se no ditado: tudo que é gostoso faz mal à saúde. Após nos deliciarmos, saímos do restaurante impregnados com o cheiro de gordura. Apesar desse “perfume”, valeu a pena!

Em Londres, visitamos: a “London Eye”, (roda gigante de 150 metros de altura, com capacidade para 800 pessoas – dela tem-se uma maravilhosa vista da cidade); o “Big Ben”, (relógio símbolo da capital inglesa); as “Houses of Parliament”, (prédio em estilo neo-gótico que abriga o governo britânico); o “Piccadilly Circus”, (onde encontram-se um chafariz e um grade painel publicitário); o “British Museum”, (grande museu britânico – queria muito ver a inscrição “Politarcas” [ref. At. 17], mas, infelizmente, sua sala estava em reforma); a “London Bridge”, (ponte sobre o rio Tâmisa, de onde é possível observar a Tower Bridge); a “Tower of London”, (castelo mais antigo da Inglaterra); a “Tower Bridge”, (ponte sustentada por duas torres tipicamente vitorianas, construída em 1894); a “St. Paul’s Cathedral” (catedral que possui a segunda maior cúpula do mundo), a “Abbey Road” (rua que foi cenário de uma das capas dos discos dos Beatles – é claro que atravessamos a rua e fotografamos); a “Trafalgar Square” (praça onde localiza-se a “National Gallery”); o “St. James’s Park” (belo parque que conecta a “Trafalgar Square” ao “Buckingham Palace”); o “Buckingham Palace” (residência oficial da família real – chegamos cedo e assistimos a famosa troca da guarda, de um lugar privilegiado); e a “Oxford Street” (rua repleta de lojas).

O destaque de Londres vai para o “Metropolitan Tabernacle” e para a “Westminster Chapel” (não confunda com a “Westminster Abbey”, onde, recentemente, aconteceu o casamento do príncipe William e da princesa Kate). O “Metropolitan Tabernacle” era a sede da igreja pastoreada por Charles Haddon Spurgeon (o “Príncipe dos Pregadores”) e a “Westminster Chapel” era a sede da igreja pastoreada por Martin Lloyd Jones (um dos maiores pregadores do século XX), ambos de tradição reformada. Foi emocionante estar onde esses grandes homens de Deus do passado proclamavam, com fidelidade, as Sagradas Escrituras.

Por fim, deixamos Londres na madrugada de sábado, dia 07 de janeiro, em direção à Roma, de onde voltamos para casa. Das trezentas e dezoito fotos que tirei, 30 estão no meu Facebook.

Luiz Felipe Xavier.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Paris velha e ano novo...

Avançando em direção à França, fomos, de trem, de Milão à Paris. Durante a viagem, desfrutamos de paisagens encantadoras. Do vale, vimos altas e imponentes montanhas, cobertas de gelo, que separavam pequenos e pitorescos vilarejos, isolados do restante do mundo. Ao longo do percurso, boquiaberto, rememorei nossa viagem de Zurique à Innsbruck, no ano passado. Depois de mais ou menos oito horas, desembarcamos na “Gare de Lyon”. Tendo passado no “i” para informações e mapas, pegamos um metrô para o nosso hotel. Era segunda, dia 26 de dezembro.

Cortada pelo rio Sena, Paris é a capital da França. A metrópole possui cerca de dois milhões e duzentos mil habitantes e a região metropolitana possui cerca de dez milhões e novecentos mil habitantes. A cidade encanta por seu charme e beleza. Não é por acaso que, andando por suas amplas ruas e visitando suas principais atrações, encontramos gente de todos os lugares da Terra.

O hotel onde ficamos hospedados, “Ibis Paris Berthier Porte de Clichy”, localiza-se na parte norte da cidade. Comércio próximo, prédio novo, hóspedes mil, quarto confortável, internet gratuita (mas precária) e uma vista maravilhosa da “Tour Eiffel”. Esse último aspecto era de encher os olhos!

Em Paris, vistamos: a “Tour Eiffel” (torre de 320 metros de altura, projetada por Gustave Eiffel e edificada em 1889), o “Arc de Triomphe” (arco símbolo da nacionalidade francesa, construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte), a “Champs Elysées (avenida mais famosa da França e segundo metro quadrado mais caro do Planeta), o “Musée de Louvre” (um dos museus mais famosos do mundo, onde encontram-se o Código de Hamurabi, as partes do Palácio de Dario – da Pérsia, a Vitória de Samotrácia, os Escravos – de Michelangelo, o Cupido e Psique, e, é claro, a Mona Lisa – de Leonardo da Vinci), a “Basilique du Sacré-Coeur” (basílica dedicada ao Sagrado Coração de Jesus – decepcionante), “Château de Versailles” (um dos maiores palácios da Terra, que possui mais de duas mil janelas, mais de sessenta escadas, mais de trezentos e cinqüenta chaminés, mais de mil e duzentas lareiras, setecentos quartos e setecentos hectares de parque – ali certifiquei-me que Luiz Felipe tem tudo a ver com Galo).

No último dia de 2011, fomos a Ruão, cidade francesa de grande importância na Idade Média, situada na Alta Normandia. Ali visitamos a “Cathédrale” (catedral do século XVI, em estilo gótico, que inspirou Monet), o “Gros-Horloge” (grande e belo relógio, situado no passadiço de uma rua onde as edificações alternam estilo francês e alemão), a “Place du Vieux Marché” (praça onde Joana d’Arc foi queimada viva, em 30 de maio de 1431; e onde encontra-se a Igreja de Santa Joana d’Arc, uma edificação moderna, com vitrais da antiga Igreja de São Vicente, em homenagem à heroína francesa) e a “Gare de Rouen” (estação onde chegamos e partimos).

Requintando nossa experiência gastronômica, por indicação do meu cunhado, almoçamos em um tradicional bistrô francês. Confesso que fui seduzido pela história por trás da popularidade do bistrô. Essa história remonta às mães de família que, enquanto seus maridos estavam na guerra, abriam suas casas, serviam pequenas refeições e ganhavam algum dinheiro. Se é verdade, ou não, eu não sei. Mas, sem dúvida, é interessante e faz sentido. O espaço era charmoso, os garçons eram atenciosos e os detalhes eram muitos (diferentes pratos, talheres e taças, cada um destinado a um momento da refeição). A entrada foi maravilhosa! Salmão, torradas e manteiga. O prato principal foi, no mínimo, diferente. Pedi a especialidade da casa: cabeça de vitelo, batatas cozidas e molho verde. Quando a cabeça de vitelo era misturada ao molho verde, o sabor era bom. Sozinha, era ruim. Bem fizeram a Thaís e a minha irmã: a primeira pediu pato e a segunda pediu boi. Ambos estavam ótimos! De sobremesa, uma torta especial de maça e framboesa, com sorvete de caramelo. Só de lembrar, fico com água na boca...

O destaque de Paris vai para o “Musée D’Orsay”. Abrigado numa antiga estação de trem, o museu possui uma significativa coleção de obras de arte dos séculos XIX e XX. Em meio a essas obras, encontra-se uma preciosa seleção de pinturas dos impressionistas e dos seus amigos. Ali apreciamos Manet, Monet, Degas, Renoir, entre outros. Além desses, também apreciamos as pinturas de Van Gogh, expostas em três salas. Embora eu admire todos, gosto, especialmente, dos quadros de Monet. São impressionantes!

Em 2006, quando visitei Paris pela primeira vez, passamos o Natal em “Trocadéro”. De lá, tivemos uma bela vista da “Tour Eiffel” piscando. Dessa vez, passamos o réveillon também em “Trocadéro”. De lá, em meio a uma multidão, esperávamos ver algo mais que a “Tour Eiffel” piscando. Infelizmente, nossa expectativa foi frustrada. Ela piscou por alguns minutos e nada mais. Durante a nossa volta para casa, cheia de aventuras, pensei... Paris velha, ano novo... Orei pedindo a Deus que nos dê um excelente 2012!

Finalmente, deixamos Paris na manhã de domingo, primeiro de janeiro, em direção à Londres. Das trezentas e vinte e cinco fotos que tirei, 20 estão no meu Facebook.

Luiz Felipe Xavier.