sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Lausanne... do outro lado do lago

Avançando em terras suíças, fomos, de trem, de Genebra à Lausanne. A viagem foi tranqüila, de estação central à estação central. Exceto com o peso, a partir de agora, não teremos mais preocupação com as nossas malas, o que é muito bom. Tendo passado no “i” para informações e mapas, pegamos um ônibus para o nosso hotel (daqui para frente, só mais um albergue, em Innsbruck, na Áustria). Era segunda feira, dia 27 de dezembro.

Lausanne é a quinta maior cidade da Suíça, com cerca de cento e vinte cinco mil habitantes. Situada do outro lado do “Lac Lémam”, é cercada por vinhedos (que “hibernam” durante o inverno). Se em Genebra a divisão era entre “Cidade Velha” e “Cidade Nova”, em Lausanne a divisão é entre “Cidade Baixa” e “Cidade Alta”. Os morros são tantos que, nas estações, os metrôs param descendo ou subindo. Digno de nota é que a cidade abriga o maior campus universitário do país.

O hotel que ficamos hospedados, “Ibis Lausanne Centre”, situa-se na “Cidade Alta”, entre o grande centro de convenções e o movimentado centro comercial. Muito bem localizado, prédio novo e moderno e uma linda suíte só para nós. O hotel seria perfeito se oferecesse internet gratuita no quarto. Antes, banho fora do quarto e internet dentro. Agora, banho dentro do quarto e internet fora.

Em Lausanne, vistamos a “Cathédrale”, construída entre os séculos XII e XIII e transformada em sede da igreja protestante em 1536, a “Église Saint François”, que no século XIII era um mosteiro franciscano e também foi transformada em sede da igreja protestante, o “Hôtel de Ville” (que não é hotel), prédio do século XVII que hospeda a prefeitura da cidade, a “Place de la Palud”, pequena praça com uma colorida fonte simbolizando justiça, o “Beaulieu”, centro de convenções que recebeu o Congresso Internacional de Evangelização Mundial (o famoso Lausanne) e o “Lac Lémam”, agora do outro lado.

O destaque de Lausanne vai para o “Musée et parc olympique”. Esse museu apresenta a história das olimpíadas, da antiguidade aos nossos dias. Foi interessante notar o valor que os gregos davam aos jogos olímpicos (deu até para entender melhor algumas metáforas utilizadas pelos autores bíblicos). Mas, certamente, o que mais me deixou deslumbrado foram as tochas e as medalhas olímpicas. Todas, desde a primeira até a última. Tanto das Olimpíadas, que todos nós conhecemos bem, quanto das Olimpíadas de Inverno, que não conhecemos tanto. Em tal museu, ainda é possível encontrar enormes salas com equipamentos dos principais esportes olímpicos e com exposições das contribuições de diversas ciências para o desenvolvimento do esporte em geral.

Aprofundando um pouco mais a nossa experiência gastronômica, incluímos o famoso queijo suíço. O “Raclette Mazot” é o queijo mais fedorento que eu já cheirei e um dos mais gostosos que eu já comi. Especialmente em comparação com o Brasil, esse produto na Suíça é muito barato. De sobremesa, enquanto eu mantive o tradicional café com chocolate, a Thaís inovou saboreando uma deliciosa torta de chocolate com creme.

Finalmente, deixamos Lausanne na manhã quarta, dia 29 de dezembro, em direção à Zurique. Das 218 fotos que tirei, 10 estão no meu Facebook.

Luiz Felipe Xavier.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Genebra, neve e Natal

Seguindo viagem, de Barcelona fomos para Genebra. As notícias que recebíamos, especialmente do Brasil, era de que os aeroportos europeus estavam fechados. Por isso, temíamos não chegar ao nosso destino. Graças a Deus, tudo correu bem. Apesar dos 30 minutos de atraso (que não é nada), deixamos a Espanha com sol e chegamos à Suíça com neve. Nenhum problema, pois era véspera de Natal. Como de praxe, procuramos o “i” para informações e mapas. Além disso, foi necessário trocar dinheiro. Trocamos Euros por Francos Suíços. Notas coloridas e moedas enormes. Tendo feito tudo isso, fomos de trem até a estação central, onde deveríamos descer.
Genebra é a terceira maior cidade da Suíça, com cerca de cento e oitenta mil habitantes (um ovo de galinha, se comparada à Barcelona, e um ovo de codorna, se comparada à Madrid). Situada no fim do “Lac Lémam” (Lago Lémam), quando as águas do mesmo reencontram o curso do “Le Rhône” (O Rio Rhône), a cidade é divida ao meio. De um lado, a chamada “Cidade Antiga”, do outro, por inferência, a “Cidade Nova”. Olhando da “Cidade Nova” para a “Cidade Antiga” vêem-se os famosos Alpes Suíços. Genebra é uma cidade marcada pela diversidade cultural. Andando pelas ruas é possível encontrar pessoas de todas as partes do mundo, cada uma delas falando em sua própria língua (são os efeitos de Babel).
O albergue que ficamos hospedados, “City Hostel Geneva”, situa-se na “Cidade Nova”, próximo à “Gare Centrale de Cornavin” (que é a estação central de Genebra). Mais ou menos bem localizado (Thaís acha que é muito bem localizado), prédio moderno (lembra um Hotel Formule 1), gente não tão acolhedora (acho que ficamos mal acostumados com Madrid), quarto pequeno, mas com pia.
Como chegamos no dia 24 de dezembro, não encontramos nenhum lugar bom, aberto para comer. O jeito foi matar a fome com sanduíche (mesmo que à luz de velas). O mesmo aconteceu no dia 25, pois era Natal, e no dia 26, pois era domingo. E dá-lhe sanduíche! A única experiência gastronômica que tivemos em Genebra foi chocolate suíço. Em três dias, comemos quase meio quilo.
Na virada do dia 24 para o dia 25, fizemos um culto a dois, conversamos com os nossos queridos do Brasil e ceamos também a dois. Durante o nosso tempo de culto, meditamos em Lucas 2:1-20. É sempre bom recordar que “(...) na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo o Senhor.” (v. 11). Por isso, “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor.” (v. 14).
Sem dúvida alguma, o destaque de Genebra vai para a “Cathédrale Saint Pierre”. Ali se reunia o rebanho do pastor João Calvino. Em três dias, visitamos três vezes esse local. A primeira acidentalmente, a segunda intencionalmente e a terceira rapidamente. Deixe-me explicar... Como passaríamos o Natal em Genebra, planejamos assistir ao culto do dia 25 na “Cathédrale Saint Pierre”. Logo, na tarde-noite do dia 24, fomos à “Cidade Velha” descobrir onde era a catedral e qual era o horário do culto. Para nossa surpresa, quando chegamos lá, estava terminando um culto em inglês. Foi marcante ver o pastor ocupando o mesmo púlpito que, por 25 anos, foi ocupado por Calvino. Terminado esse culto, tirei “zilhões” de fotos, principalmente da Bíblia que estava sobre o altar, do púlpito que ficava no centro da nave (do lado esquerdo de quem entra) e da cadeira do grande reformador de Genebra. Essa foi nossa primeira visita. No dia seguinte, fomos ao culto de Natal. Chegamos cedo, assentamos na frente, ouvimos tudo em francês (como no século XVI), participamos da ceia (com cálice único e vinho de verdade) e tirei mais um “zilhão” de fotos. Passar o Natal na igreja do Calvino foi inefável! Essa foi nossa segunda visita. No fim da manhã do dia 26, tivemos que passar novamente pela catedral. Dessa vez porque desejávamos subir ao topo de sua torre, de onde se vê toda a cidade. Genebra, do topo da catedral, em dia de sol, fica magnífica. Essa foi nossa terceira visita.
Além da catedral, vistamos o monumento “Genebra Cidade de Refúgio”, devido à sua vocação de acolher pessoas oriundas de outros países, o “Murs des Reformatours”, um muro com 150 metros de comprimento edificado em homenagem aos reformadores (em especial, Calvino, Farel, Beza e Knox), o “Jardin Anglais”, um parque a beira do Lac Léman (onde, no verão, é possível encontrar um relógio de flores), o “Lac Léman”, o maior lago da Europa, o “Musée International de la Reformé”, um museu que apresenta a história da Reforma Protestante, o “Museu Internacional da Cruz Vermelha”, que mostra a atuação dessa instituição em situações de guerra e de catástrofes pelo mundo, a “Sede da ONU”, que infelizmente está fechada à visitação por causa das comemorações de fim de ano, e a “Broken Chair”, uma enorme cadeira com uma das pernas quebradas em protesto aos efeitos das explosões de campos minados.
Por fim, na manhã de segunda feira, dia 27 de dezembro, partimos para Lausanne. Das 415 fotos que tirei, 15 estão no meu Facebook.
Luiz Felipe Xavier.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Barcelona... é como termina que se conta...

Deixando Madrid, nosso segundo destino foi Barcelona. Novamente, as nossas malas chegaram bem. Ainda no aeroporto, procuramos o “i” para informações e mapas. Do aeroporto, seguimos de metrô para o centro da cidade. Era quarta feira, 22 de dezembro.
Barcelona é a capital da “Catalunya” (em catalão) ou “Cataluña” (em espanhol). Situa-se na região nordeste da Espanha (de frente para o Mar Mediterrâneo) e possui cerca de um milhão e seiscentos mil habitantes. O povo catalão é extremamente orgulhoso de suas tradições e não se considera exatamente espanhol. Prova disso é que tudo na cidade é apresentado em catalão, espanhol e inglês (para os turistas).
Como o próprio nome diz, nosso albergue, “Barcelona Ramblas”, situa-se próximo à “La Rambla”, principal rua comercial de Barcelona, que liga a “Plaça de Catalunya” ao “Port Vell”. Bem localizado, prédio novo, cinco andares, gente não tão acolhedora, quarto de casal muito pequeno (menor que o de Madrid), mas com uma pia que nos ajudou muito.
Depois de um trajeto sofrível do aeroporto ao albergue (onde uma de nossas duas pesadas malas quebrou), saímos para comer. Em um agradável restaurante em “La Rambla”, comemos a tradicional “Merluza” de Barcelona. Para completar a nossa experiência gastronômica só faltava experimentar a “Butifarra com Judias Blancas”, uma deliciosa lingüiça com feijão branco, o que fizemos no dia seguinte.
Em Barcelona, não fomos a nenhum museu. Porém, além de “La Rambla”, visitamos o “Mercat de La Boquería”, semelhante ao “Mercado de San Miguel” (em Madrid), o “Monument a Colón”, uma estátua do descobridor da América no alto de uma grande coluna, o “Port Vell”, antigo porto revitalizado nos anos 80 (deu vontade de pegar um navio e ir à Itália), a “Barceloneta”, antiga colônia de pescadores do Mediterrâneo, o “Camp Nou”, maior estádio de futebol da Europa e casa do Barcelona, o “Temple Expiatiori de La Sagrada Família”, a inacabada igreja gótica mais famosa do mundo, a “Plaça de Catalunya”, super movimentada e sem muitos atrativos e o “L’Aquàrium”, maior aquário de espécies mediterrâneas do planeta (o túnel de vidro, com 80 metros de comprimento, é fantástico).
O destaque de Barcelona vai para o Mar Mediterrâneo. O mundo do Novo Testamento gravitava em torno dele. Paulo e outros navegaram por suas águas. Tocá-las foi algo que me deixou emocionado. Dele, guardei três lindas pedras: uma para mim, uma que darei de presente ao meu pai e outra que darei de presente ao meu sogro.
Por que “é como termina que se conta”? Porque embora o início do nosso tempo em Barcelona não tenha sido muito bom, o final foi excelente. No dia que chegamos, chuva, no dia que ficamos e no dia que saímos, sol. No dia que chegamos, imprevistos (mala quebrada e tênis furado), no dia que ficamos e no dia que saímos, soluções (nova mala e novos tênis). Apesar de tudo isso, a certeza no coração: Deus é bom! Por isso, “é como termina que se conta”.
Finalmente, deixamos Barcelona na sexta, 24 de dezembro, véspera de Natal, em direção à Genebra. Das 483 fotos que tirei, 10 estão meu Facebook.
Luiz Felipe Xavier.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Madrid... “vale”...

Saindo do Brasil, nosso primeiro destino foi Madrid. Ao contrário do que algumas pessoas nos disseram, tivemos uma imigração tranqüila. Para nossa surpresa, as nossas malas estavam entre as cinco primeiras da esteira (diferentemente da primeira viagem à Europa e da viagem ao Canadá, que elas nem chegaram junto conosco). Como não poderia ser diferente, procuramos o “i” para informações e mapas (minha coleção agradece). Do aeroporto, pegamos um metrô em direção ao centro da cidade. Era domingo, 19 de dezembro, dia do aniversário da minha mãe.
Madrid é a capital da Espanha. Situa-se no centro do país e possui cerca de três milhões de habitantes. Embora não possua nenhuma grande atração turística, é rica em museus, parques, monumentos e prédios históricos.
Nosso albergue, “Miguel Angel”, situa-se próximo à “Puerta Del Sol” e à “Plaza Mayor”, no coração de Madrid. Perto de tudo, prédio antigo, quarto andar, gente acolhedora, quarto de casal pequeno e com varanda.
Visitamos os dois mais importantes museus da cidade: “Reina Sofia” e “del Prado”. No primeiro, ficamos impressionados com Pablo Picasso e Salvador Dalí. Picasso pela capacidade de expressar o sofrimento humano (especialmente na famosa “Guernica”) e Dalí pela capacidade de expressar a simplicidade da vida humana. No segundo, ficamos impressionados com a riqueza da pintura sacra. Dentre os principais nomes desse museu se encontram Velázquez e Goya. Além disso, visitamos a “Puerta Del Sol”, considerada o ponto mais central da Espanha, o “Oso y Madroño” (Urso e Árvore de Blueberry), estátua-símbolo da capital espanhola, a “Plaza Mayor”, repleta de barracas com artigos natalinos, a “Catedral de Almudena”, onde casou o futuro rei da Espanha (príncipe Felipe), o “Palácio Real”, lugar mais suntuoso que já entrei em toda a minha vida (com tronos, mesa de jantar para 72 pessoas e muito ouro), a “Plaza del Oriente”, que abriga estátuas dos principais reis da nação, o “Mercado de San Miguel”, um “Mercado Central de Belo Horizonte” europeu (com tudo que isso implica), o “Casa Botin”, considerado pelo Guinnes Book o restaurante mais antigo do mundo, o “Santiago Bernabeu”, estádio do Real Madrid (considerado pela FIFA como o melhor time de futebol do século XX), a “Puerta de Alcalá”, por onde passavam os visitantes da cidade, o “Ayuntamiento”, imponente prédio da prefeitura e a “Plaza de Cibeles”, onde os torcedores do Real Madrid costumam comemorar seus títulos.
No que se refere à gastronomia, Madrid me lembrou o Brasil. Comemos “Butifarra Catalana” (lingüiça e torrada com molho de tomate), “Paella Mista” (arroz temperado com açafrão, frutos do mar, peixe e frango – Sensacional!), “Churros com chocolate” (os primeiros muito gordurosos e o último cheio de maisena) e “Jamón” (carne da pata traseira do porco criado em casa). Na maioria dos lugares, pedindo uma bebida você recebe “Tapas”. Calma! “Tapas” são aperitivos. Junto às refeições sempre se bebe água, vinho, cerveja ou sangria (bebida parecida com o ponche). Quase não se vê pessoas bebendo suco e refrigerante.
O destaque de Madrid vai para a dança flamenca. É maravilhosa! Assistimos ao espetáculo em um restaurante especializado. Apesar de decente, a dança é sensual. Enquanto a música toca, os dançarinos batem palmas intercaladas. Homens e mulheres, vestidos com roupas típicas, sapateiam e chacoalham suas castanholas harmonicamente. Quem ainda não viu, vale a pena ver.
Por fim, deixamos Madrid na quarta, 22 de dezembro, em direção à Barcelona. Das 523 fotos que tirei, 10 estão no meu Facebook.
Ah! Já ia me esquecendo... “vale” é “está certo”, “tudo bem”, “ok”. As pessoas falam isso o tempo todo. Foi a Thaís que percebeu, é claro!
Luiz Felipe Xavier.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Homenagem à minha turma do Direito


Lembro-me, como se fosse hoje, do primeiro contato com essa turma. Era uma sexta feira, último horário, prédio 2, em meio ao caos provocado pelas obras no Campus da Liberdade. Por falar em liberdade, essa foi uma das marcas da relação que construímos. Liberdade que lembra amizade. Amizade que foi crescendo aula após aula, dia após dia. Amizade que lembra cumplicidade. Cumplicidade que transcende ao binômio professor-aluno.
Da filosofia geral à filosofia jurídica, aprendemos juntos uma filosofia de vida. Vida que deve ser vivida intensamente nesse mundo bom e mau. Vida que só faz sentido ser vivida se for significativa. Vida que é simplesmente Vida. Do chamado a vencer a sexta feira aos dois horários seguidos da quarta feira, vivemos... vivemos momentos lindos. Eu disse várias vezes e faço questão de repetir: “Foi um prazer enorme conviver com todos vocês”.
Recordo-me também do nosso último contato em sala de aula. Infelizmente, nem todos estavam presentes. Jamais me esquecerei da volta para casa... coração apertado e pergunta insistente: “Por que nos apegamos tanto a pessoas que passam?”. Talvez porque, em se apegando, elas não passem... ela fiquem.
Esse ano passou. A partir do ano que vem, vocês seguirão o caminho do Direito, enquanto eu seguirei o caminho da Teologia. O que me alegra o coração é saber que num mesmo lugar esses caminhos se encontrarão. Se encontrarão na praça de alimentação, nos corredores, nos elevadores, na biblioteca, nos eventos comuns... quem sabe se encontrarão em outros lugares?
Certamente, vocês deixaram muitas impressões. Embora palavras não sejam capazes de contê-las, mesmo assim, tentarei expressá-las...

Alex, de personalidade forte e inteligente...
Arnaldo, cordial e corajoso...
Camila, questionadora e sempre atenta...
Caroline, bela e compassiva...
Charlene, recatada e graciosa...
Danielle, ansiosa e disciplinada...
Darcilene, tímida e meiga...
Dayanne, alegre e discreta...
Eide, reservada e simpática...
Elaine, dedicada e amorosa...
Estefânia, livre e guerreira...
Hister, gente finíssima e transparente...
Jaiane, metódica e alternativa...
Juliana, divertida e sem juízo...
Luizamara, trabalhadora e curiosa...
Márcia, acanhada e gentil...
Marco Antônio, atleticano e capaz...
Marisa, autêntica e articulada...
Nayani, amiga e fiel...
Romero, “suave” e prestativo...
Sandra, perseverante e auxiliadora...
Tatiana, resolvida e generosa...
Tatiane, frágil e bondosa...
Thaís, dona do nome mais lindo do mundo e delicada...
Thiago, do Galo e da paz...
Victor Hugo, amigo e cordial...

Vocês são únicos... não são perfeitos... e ninguém o é. É exatamente por causa da nossa imperfeição que Jesus veio ao mundo e deu a sua vida. “(...) Deus demonstra o seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5:8). Nunca se esqueçam: a nossa vida só terá sentido quando for vivida em Jesus e para Jesus. Pensem sobre isso e respondam para si mesmos: em quem e para quem eu tenho vivido?
Que Deus abençoe a vida de cada um de vocês!
Vocês farão muita, muita, muita falta...
Aquele abraço,

Luiz Felipe Xavier.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ACEB, que assim seja!

Está fundada, como movimento, a ACEB, Aliança Cristã Evangélica Brasileira! Depois de muitas reuniões de escuta pelo Brasil, três só em Belo Horizonte, líderes de igrejas e organizações cristãs de todo o país se reuniram, no dia 30 de novembro de 2010, na Catedral Metodista Central de São Paulo, para a fundação da ACEB.
A reunião de fundação foi aberta com palavras de boas vindas, dadas por Valdir Steuernagel, Wilson Costa e Welinton Pereira, às mais de 230 pessoas presentes. Essa saudação inicial deu lugar às orações temáticas, sob a direção de Durvalina Bezerra. Sob o tema “As experiências históricas com formação de “Aliança” e o que temos no presente”, Robson Cavalcanti nos fez recordar a história do anseio por unidade na igreja evangélica brasileira. Logo após, sob o tema “A vocação da unidade”, Ariovaldo Ramos nos expôs João 17:20-21 e Atos 1:8, trazendo-nos à memória que “a vocação da igreja é de se juntar”. Esse momento foi encerrado com orações de arrependimento.
É exatamente em resposta a essa vocação que a ACEB encontra a sua razão de ser. Sua visão é “manifestar a unidade da igreja por meio do testemunho visível de amor e serviço no Evangelho de Jesus Cristo”. Sua missão é “congregar seguidores do Senhor e Salvador Jesus Cristo como expressão da unidade da igreja”. Essas e outras proclamações se encontram na “Carta de Princípios e Diretrizes”, que foi apresentada e discutida em uma mesa redonda, sob a direção de Christian Gillis. O produto dessa discussão foi mais de cem perguntas.
Encerrando as atividades da manhã, fomos saudados por Gordon Shwell-Rogers, diretor da Aliança Evangélica Mundial (WEA) e experiente articulador de alianças evangélicas ao redor do mundo. Além de nos lembrar que a unidade não é uma opção, citando John Stott, afirmou que o evangelicalismo está firmado sobre três importantes pilares: a iniciativa reveladora do Pai, a obra redentora do Filho e o ministério transformador do Espírito Santo.
Depois do almoço, fomos saudados por um representante da Aliança Evangélica Latino-Americana (FIDE) e os trabalhos da tarde foram retomados sob a direção Oswaldo Prado. Respondidas algumas perguntas do período da manhã, iniciou-se a assembléia. Nela, em primeiro lugar, foi votada a “Carta de Princípios e Diretrizes”. Em segundo lugar, foi fundada a ACEB, como movimento. A certeza de que estávamos trilhando o caminho certo foi evidenciada nas sábias palavras de Élben César: “Assim como o discipulado precede ao batismo, o movimento precede à organização”. Em terceiro e último lugar, foram escolhidas as pessoas para compor o Conselho Geral. Já era tempo de fazer uma pausa para o café.
Durante essa pausa, alguns líderes de ministérios com juventude se reuniram. Depois de uma breve apresentação, algumas agendas foram propostas. Dentre elas, a que se revestiu de maior importância foi a necessidade de uma articulação da juventude brasileira para uma ação coordenada durante a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016).
Após o café, fim de tarde e início de noite, tivemos um tempo de celebração. Gratidão a Deus, hinos que enfatizam unidade, reconhecimento da nossa imperfeição e da graça de Deus, recordação da caminhada, leitura de textos bíblicos de forma responsiva, orações comunitárias, consagração ao serviço e, é claro, proclamação da Palavra. Essas foram marcas da celebração a Deus pela fundação da ACEB. O espírito que nos envolvia era o da obediência à unidade da igreja. O nosso desejo era que a Boa Notícia de que “A salvação pertence ao nosso Deus” fosse ouvida em todos os rincões desse país. De fato, só há sentido em uma Aliança se a mesma nascer da vocação missionária de Deus. Assim, a Aliança nasce para morrer, porque ela nasce para o serviço. Serviço a Deus, serviço à sua igreja e serviço ao mundo. Isso porque o futuro de Deus precisa invadir o nosso presente, por instrumentalidade da igreja. Depois da proclamação da Palavra, nos colocamos em torno da mesa do Senhor. Primeira ceia da ACEB. Que momento especial! Por fim, o culto foi encerrado com a recitação do Credo Apostólico, seguido de uma bênção franciscana proferida por representantes da juventude evangélica brasileira.
No meu coração, um pergunta que não quer calar: o que é ser evangélico? Para mim é ser do Evangelho. Para alguns é dizer “amém” ao final do Pacto de Lausanne. Para outros é isso tudo e muito mais. O grande problema é que, hoje, ser evangélico não é nada disso. Entre os chamados evangélicos no Brasil, tem gente do Evangelho e tem gente do anti-Evangelho. É do Evangelho quem continua pregando e vivendo o Evangelho. É do anti-Evangelho quem, em nome do Evangelho, prega e vive algo que é completamente diferente do Evangelho. Esse anti-Evangelho é evidente, por exemplo, em círculos onde o que se prega e se vive é “Teologia da Prosperidade” (Deus é servo do homem; forte ênfase no ter – especialmente saúde e riqueza; recomendação e autorização de um estilo de vida consumista), onde o que se cultiva é uma “espiritualidade legalista” (lista de coisas que o crente não pode fazer para agradar a Deus; separação do crente do mundo; demonização da cultura) e onde o que faz a cabeça das pessoas é uma “filosofia humanista” (otimismo com relação ao ser humano; pluralidade da verdade – cada um tem a sua; ditadura do politicamente correto), etc. É exatamente nesse contexto onde gente do Evangelho e gente do anti-Evangelho se autodenomina como evangélico que a voz profética da ACEB precisa ecoar.
Uma coisa me parece certa: muita gente do Evangelho vai se aproximar e precisa ser acolhida; muita gente do anti-Evangelho vai se aproximar e precisa ser resistida (pelo menos até que se arrependa). Que Deus nos ajude a discernir. Discernir especialmente que ortodoxia e ortopraxia precisam andar de mãos dadas. Tanto a primeira sem a segunda quanto a segunda sem a primeira, de nada valem.
Que a ACEB seja parte da resposta da oração de Jesus: “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste” (João 17:20-23).
Que assim seja!

Luiz Felipe Xavier.