segunda-feira, 27 de maio de 2013

Abuso espiritual: qualquer semelhança não é mera coincidência


Ao que me parece, faz parte da nossa identidade, como igreja, receber pessoas feridas, vindo de outras igrejas. Eu mesmo sou um exemplo disso. Há dez anos, quando aqui cheguei, estava ferido. O tempo passou, fui curado e vi muitas pessoas chegando como cheguei. Algumas já foram curadas, outras ainda estão em processo de cura. Uma coisa é certa: o tempo desse processo é proporcional ao tamanho das feridas.
Logo, podemos nos perguntar: qual é a maior causa dessas feridas? Penso que a maior causa dessas feridas é o que podemos chamar de “abuso espiritual”. Mas, o que vem a ser “abuso espiritual”? “Abuso espiritual” é o mau uso da autoridade espiritual. Quem pratica “abuso espiritual” afirma: “Em qualquer circunstância, a insubordinação à autoridade é motim contra Deus.”. Essa afirmação parte do pressuposto que toda autoridade é legítima e que toda insubordinação é ilegítima. Será que é assim mesmo? Parece que não.
C. S. Lewis, em A última batalha, sétimo livro das Crônicas de Nárnia, apresenta-nos uma clara situação de “abuso espiritual”. Nessa apresentação, o macaco, chamado Manhoso, veste o jumento, chamado Confuso, com uma pele de leão. Por que de leão? Porque Aslam, o Grande Leão, era o Deus de Nárnia. Assim, se os narnianos acreditassem que Confuso era Aslam, todos se submeteriam a Manhoso, que dava suas ordens por meio do jumento. Ou seja, o macaco seria o porta-voz de Aslam, porém, de um falso Aslam. O plano de Manhoso dá certo e muitos narnianos sofrem “abuso espiritual”, especialmente um grupo de anões.
A história segue e Tirian, rei de Nárnia, encontra-se com o grupo de anões, conta-lhes a verdade sobre o falso Aslam e “liberta-os” do “abuso espiritual”. Todavia, os anões estavam tão feridos que dizem: “Vamos viver por nossa própria conta. Chega de Aslam, chega de reis e de conversas fiadas sobre outros mundos. Vivam os anões!”. Os anões, agora “libertos” e feridos, não querem mais saber de Aslam, Deus de Nárnia, e de Tirian, autoridade legítima sobre Nárnia. Instaura-se neles um verdadeiro estado de rebelião.
A história continua e o próprio Aslam também encontra-se com o mesmo grupo de anões rebeldes, revela-se a eles e manifesta-lhes sua graça. Contudo, os anões continuavam tão feridos que rejeitam o Grande Leão. Assim sendo, Aslam afirma: “Viram só? (...) Eles não nos deixarão ajudá-los. Preferem a astúcia à crença. Embora a prisão deles esteja unicamente em suas próprias mentes, eles continuam lá. E têm tanto medo de serem ludibriados de novo que não conseguem livrar-se.”. Os anões, que rebelaram-se contra Tirian, agora rebelam-se contra Aslam. O medo de serem novamente enganados aprisiona-os, impedindo-os de confiar e submeter-se tanto a Tirian quanto a Aslam.
Qualquer semelhança entre essa história dos anões que sofreram “abuso espiritual” e a história daqueles que, hoje, sofrem “abuso espiritual” não é mera coincidência. As semelhanças são reais. Isso quer dizer que, hoje, muitas pessoas enganadas estão conhecendo a verdade. Entretanto, muitas dessas pessoas permanecem feridas, rebeldes, medrosas e aprisionadas. A grande pergunta é: Como sair desse estado?
Penso que, primeiro, é necessário perdoar os abusadores. Assim como fomos perdoados por Deus, devemos perdoar aqueles que fizeram-nos mal. Embora não seja fácil, perdoar é necessário. É necessário para o bem da nossa própria alma, pois a liberta, de fato, dos seus abusadores. Segundo, é necessário ter consciência de que o passado passou. Como o próprio nome diz, o passado é passado. O que causou-nos tanta dor ficou para trás. Agora, precisamos de uma nova disposição diante do futuro que está à nossa frente. Terceiro, é necessário exercitar a fé, novamente. É preciso, gradativamente, voltar a confiar tanto em Deus quanto nas pessoas. Deus foi, é e sempre será confiável. Além disso, existem muitas pessoas que também são confiáveis. Talvez esse processo de retomar a confiança seja o mais difícil. No entanto, com a graça de Deus, vencemos o medo e passamos a crer novamente. Quarto, é necessário submeter-se a Deus e às autoridades espirituais legítimas por ele estabelecidas. Aqui encontramos a possibilidade de reexercitar a nossa fé. Mas, agora, de maneira madura, com a consciência cativa à Palavra de Deus. Sabe o que isso significa? Significa que podemos confiar nas autoridades espirituais sempre que sua orientação não for contrária à revelação de Deus, nas Escrituras Sagradas. É simples assim! Precisamos checar tudo com a Bíblia. Quinto, é necessário experimentar a cura e a libertação de Deus. Essa é a última etapa do processo. Depois dela não haverá mais feridas nem prisões. É exatamente isso que Deus deseja para os seus filhos. Deseja que sejam saudáveis e livres.
Que assim seja em nós e entre nós!
Luiz Felipe Xavier.
Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.

domingo, 26 de maio de 2013

Os efeitos da graça

Os efeitos da graça

Mateus 9:1-8; 9-13; 35-38

26 de maio de 2013

Luiz Felipe Xavier

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Conchas


Se você é como eu, que tem dificuldade de dizer "não", você precisa ver este vídeo, do polêmico Rob Bell. Que Deus tenha misericórdia de mim e de você!