segunda-feira, 21 de junho de 2021

O SEGREDO DA VITÓRIA ESPIRITUAL


Um dos grandes temas da carta de Paulo aos gálatas, de modo geral, e do capítulo 5 dessa carta, de modo especial, é a liberdade. Na perspectiva do apóstolo, a liberdade cristã é muito diferente do legalismo judaico e da libertinagem pagã. Livre não é quem faz o que quer, mas quem faz a vontade de Deus. Os gálatas e todos os demais cristãos são livres para amar, especialmente a Deus e ao próximo. Logo, o amor é o que caracteriza a vida dos filhos de Deus.

Tendo tratado da liberdade para amar (v. 1-15), o apóstolo apresenta o conflito existente em todos os filhos de Deus, em todos aqueles que ouviram e creram no Evangelho (v. 16-26). Esse conflito é entre a carne e o espírito. Aqui, “carne” é a natureza humana caída, que anseia pelo pecado. A carne é o que nós somos por nascimento natural. Ela opera na lógica da rebelião contra Deus. E o resultado dessa rebelião são as “obras da carne”. No verso 17, “espírito” (com “e” minúsculo) é a natureza humana redimida, que anseia por Deus. O espírito é o que nós nos tornamos por novo nascimento. Ele opera na lógica da submissão a Deus. E o resultado dessa submissão é o “fruto do espírito”. Nos demais versos, “Espírito” (com E maiúsculo) é o Espírito Santo. Somos regenerados quando o Espírito Santo vivifica o nosso espírito. Além disso, é o Espírito Santo que faz o nosso espírito frutificar. Por isso, a nossa santificação é um processo de submissão ao Espírito Santo. Esse processo produz dois efeitos: a mortificação da carne e a frutificação do espírito.

 

Mortificação da carne

 

Sobre a carne, a natureza humana caída, Paulo diz: a carne anseia pelo pecado. “Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.”. Os desejos da carne são os desejos pecaminosos. De acordo com o apóstolo, a carne é condenada pela Lei. “(...) se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei.”. Quem está debaixo da Lei recebe a justa condenação pelo seu descumprimento. E a carne é caracterizada pela presunção. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo EspíritoNão sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros.”. Quem procura ser justo diante de Deus pelo cumprimento da Lei – o legalista – torna-se presunçoso. Esta presunção se expressa de dois modos: primeiro, pela provocação dos outros, quando se considera superior; segundo, pela inveja dos outros, quando se considera inferior. O problema é que Paulo afirma que os desejos invisíveis da carne se transformam em obras visíveis da carne.

Na Bíblia “A Mensagem”, Eugene Peterson traduz essas obras da seguinte forma: “Todos conhecem o tipo de vida de uma pessoa que quer fazer o que bem entende: sexo barato e frequente, mas sem nenhum amor; vida emocional e mental detonada; busca frenética por felicidade, sem satisfação; deuses que não passam de peças decorativas; religião de espetáculo; solidão paranoica; competição selvagem; consumismo insaciável; temperamento descontrolado; incapacidade de amar e de ser amado; lares e vidas divididos; coração egoísta e insatisfação constante; costume de desprezar o próximo, vendo todos como rivais; vícios incontroláveis; tristes paródias de vida em comunidade. E, se eu fosse continuar, a lista seria enorme.”.

Tendo apresentado as obras da carne, o apóstolo faz uma séria advertência: “Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.”. Quem leu atentamente a lista das obras da carne e lê esta advertência, conclui: não herdarei o Reino de Deus. Isso porque é impossível não praticar esses pecados. Porém, um detalhe precisa ser ressaltado: o verbo traduzido por “praticam” refere-se à prática habitual, não aos lapsos ocasionais. Ufa! Ou seja, não herdará o Reino de Deus quem, consciente e deliberadamente, pratica as obras da carne como um hábito. Além disso, o Paulo declara: “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.”. Isto é, quem pertence a Cristo Jesus é habitado pelo Espírito Santo, e quem se submete ao Espírito Santo recebe poder para crucificar a sua carne, seu anseio pelo pecado. Assim, o que se espera dos filhos de Deus é o discernimento da carne, a determinação de crucificá-la e a dependência do poder do Espírito Santo para tal. Aquele que discerne a sua própria carne é humilde em relação a si mesmo, e cheio de misericórdia e graça em relação a todas as demais pessoas.

 

Frutificação do espírito

 

Em oposição à carne, a natureza humana caída, está o espírito, a natureza humana redimida. Paulo declara: “Pois a carne deseja o que é contrário ao espírito; o espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” (notem: “espírito”, não “Espírito”). Como o espírito, a natureza humana redimida, pode vencer a carne, a natureza humana caída? O espírito deve se submeter ao Espírito Santo. Uma vez que os gálatas receberam vida do Espírito Santo, eles devem se submeter a ele.

Paulo apresenta três ações para explicitar esta submissão. A primeira é vivam pelo Espírito. Considerem o Espírito Santo na forma como vocês vivem a vida. Isso significa que há uma maneira certa de viver neste mundo criado por Deus. A segunda ação é sejam guiados pelo Espírito – dimensão passiva. Dêem razão ao Espírito Santo e façam o que ele diz. O Espírito Santo é uma pessoa que fala, e que deseja ser ouvida e obedecida. E a terceira ação é andem pelo Espírito – dimensão ativa. Literalmente, caminhem em linha reta, seguindo o Espírito Santo. Essa caminhada requer disciplina e possibilita um novo pensar e um novo desejar.O resultado desta submissão ao Espírito Santo é o fruto do Espírito.

Na mesma Bíblia “A Mensagem”, Peterson traduz esse fruto do Espírito da seguinte forma: “Mas vamos falar da vida com Deus. O que acontece quando vivemos no caminho de Deus? Deus faz surgir dons em nós, como frutas que nascem num pomar: afeição pelos outros, uma vida cheia de exuberância, serenidade, disposição de comemorar a vida, um senso de compaixão no íntimo e a convicção de que há algo de sagrado em toda a criação e nas pessoas. Nós nos entregamos de coração a compromissos que importam, sem precisar forçar a barra, e nos tornamos capazes de organizar e direcionar sabiamente nossas habilidades.”. Assim sendo, nos filhos de Deus, o conflito interior é uma realidade inevitável e a vitória espiritual é uma possibilidade real. Ao que parece, o segredo dessa vitória é a submissão ao Espírito Santo, pois ele nos dá poder tanto para crucificar a carne quanto para frutificar no espírito. Estes dois efeitos são os dois lados da mesma moeda.

Portanto, submetamo-nos ao Espírito Santo para que ele faça o nosso espírito frutificar. Nisto está a nossa verdadeira liberdade!

Luiz Felipe Xavier.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

SOMOS FILHOS AMADOS DE DEUS

Em uma certa altura da sua carta aos gálatas, o apóstolo Paulo destaca dois personagens da história de Israel: Abraão e Moisés. Deus chama Abraão e promete abençoar todas as famílias da terra pelo seu descendente. Esse descendente é Cristo, por meio de quem o Pai está formando uma só família. Depois, Deus dá a Lei a Moisés e o cumprimento da promessa se torna necessário e urgente. Essa Lei condena a todos para que Cristo possa justificar os que crêem no Evangelho. Logo, o que o apóstolo está ensinando é o seguinte: todos aqueles que foram condenados pela Lei de Moisés e justificados pela fé em Cristo são herdeiros da promessa que Deus fez a Abraão e fazem parte da família que o Pai está formando. Eles deixaram de ser escravos e se tornaram filhos. Gálatas 3:26 a 4:7 apresenta três preciosas verdades sobre a nossa filiação.

 

Somos filhos de Deus Pai

 

O Pai sempre desejou formar uma família de muitos filhos e filhas. Assim, Paulo começa dizendo: “Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (3:26). Ou seja, os gálatas se tornaram filhos de Deus quando ouviram e creram no Evangelho. Eles nasceram de novo e colocaram a sua confiança na pessoa e na obra de Cristo. O sinal visível deste novo nascimento invisível é o batismo. De acordo com o apóstolo, quem crê no Evangelho e é batizado passa a pertencer à família de Deus. Nessa família, cujas relações são igualitárias, há unidade em meio à diversidade. Nela, Paulo afirma: “Não há judeu nem grego” – não há mais barreiras raciais e culturais – “escravo nem livre” – não há mais barreiras sociais e econômicas – “homem nem mulher” – não há mais barreiras de sexo ou de gênero – “pois todos são um em Cristo Jesus.” (3:28). E todos, indistintamente, são descendentes de Abraão e herdeiros da promessa de uma só família, livre e abençoada por Deus.

O apóstolo nos ensina que são filhos e filhas de Deus aqueles e aquelas que colocam a sua confiança na pessoa e na obra de Cristo. Essas pessoas dão testemunho público da sua fé por meio do batismo. Elas passam a fazer parte da família de Deus. A beleza dessa família se expressa pela unidade em meio à diversidade, nunca pela uniformidade. Como na família de Deus as relações são igualitárias, os filhos e as filhas de Deus são os primeiros a se levantar contra as relações marcadas por superioridade e inferioridade, por dominação e subjugação. São os primeiros a se levantar contra o racismo, a opressão, o machismo, etc.. São os primeiros a se levantar contra estes e outros pecados estruturais.

 

Somos redimidos por Deus Filho

 

O texto segue e Paulo estabelece uma relação entre um herdeiro, menor de idade, e um escravo. O herdeiro, menor de idade, está sujeito a guardiães e administradores. O escravo está sujeito ao senhor. Assim sendo, ambos são, de certa forma, escravos. O apóstolo continua a sua argumentação dizendo que os gálatas eram como esse herdeiro, menor de idade, sujeitos aos princípios elementares do mundo. Mas o que são os princípios elementares do mundo? Os melhores comentaristas acham que é a Lei, instrumentalizada pelo Diabo, para tiranizar. Sobre isso, John Stott afirma: “Deus pretendia que a lei revelasse o pecado e levasse os homens a Cristo; Satanás usou-a para revelar o pecado e levar os homens aos desespero.”. Timothy Keller acrescenta algo muito interessante: “Em certo sentido, todos nos encontramos ‘debaixo da lei’, mesmo que nunca tenhamos ouvido falar da Bíblia ou de Moisés. Por quê? Porque todos tentamos desesperadamente viver à altura de determinados padrões. Somos ansiosos e vivemos sobrecarregados pelas preocupações.”. “Mas”, diz Paulo, “quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos.” (4:4). Os judeus, ouvindo essas palavras, lembrariam da Páscoa e do êxodo. Jesus, o Filho de Deus, é o redentor, aquele que realiza um novo êxodo. Sobre este verso, Stott comenta: “Se ele [Jesus] não fosse homem, não poderia ter remido os homens. Se não fosse justo, não poderia ter remido os injustos. E, se não fosse o Filho de Deus, não poderia ter remido as pessoas para Deus, tornando-as filhas de Deus.”. Pergunta: como alguém se torna filho ou filha de Deus? O Pai adota todos aqueles que o Filho redime. Jesus é o Filho gerado do Pai e todos aqueles que nele crêem tornam-se filhos adotados do Pai.

Por tudo isso, é muito importante que compreendamos o papel da Lei. Como diz o meu amigo Ariovaldo Ramos, “ela nos coloca de joelhos para que a graça nos coloque de pé”. É a lei que nos conduz a Cristo, o nosso redentor. Agora, sem a obrigação de cumprir a Lei ou de viver à altura de determinados padrões para sermos aceitos na família de Deus (escravidão), crescemos em obediência amorosa, consciente e responsável (liberdade).

 

Somos habitados por Deus Espírito Santo

 

Tendo afirmado que o Pai enviou o Filho, Paulo diz que ele enviou também o Espírito Santo: “E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: ‘Aba, Pai’.” (4:6). Os judeus, ouvindo também essas palavras, lembrariam da aliança no Sinai e do Pentecostes. O Espírito Santo, que habita o coração dos que crêem, é aquele que sela a nova aliança. É por meio dele que aqueles que crêem podem clamar “Aba, Pai”. “Aba” é o diminutivo aramaico de “Pai”, é “Papaizinho”. Foi assim que Jesus se referiu a Deus e nos ensinou a fazer o mesmo. Então, chamar Deus de “Papaizinho” implica tanto identidade, somos filhos, quanto intimidade, ele está sempre conosco. Por fim, o apóstolo conclui com as seguintes palavras: “Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro.” (4:7). Do início ao fim, a ênfase do texto é a mesma: a filiação. Em Cristo, aqueles que crêem deixam de ser escravos e tornam-se filhos. Mais do que isso, tornam-se herdeiros da promessa de uma só família, livre e abençoada por Deus.

Por fim, o Espírito Santo é a maior bênção que recebemos do Pai. Ele nos possibilita uma comunhão íntima com a Trindade. Todos nós que temos o Espírito Santo temos também a certeza de que somos filhos de Deus Pai e herdeiros com Deus Filho. Esta é uma experiência profundamente pessoal e com belíssimas implicações comunitárias. E é pelo poder do Espírito brota em nós o seu fruto. Isso desde que nos submetamos a ele, não criemos resistência à sua ação em nós. Portanto, somos filhos do Pai, redimidos pelo Filho e habitados pelo Espírito Santo. A minha oração é que Deus nos ajude a ser família, a viver de modo digno como seus filhos e filhas. Que assim seja!

 

Luiz Felipe Xavier.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O EVANGELHO É TRINITÁRIO

 

A carta aos Gálatas é, possivelmente, a primeira das treze cartas de Paulo. Ele a escreve em 49 d.C., de Antioquia da Síria, às igrejas da região sul da Galácia. Pouco tempo depois de retornar da sua primeira viagem missionária, o apóstolo recebe a notícia de que as igrejas que plantara haviam sido invadidas por falsos mestres judaizantes. Estes fazem ataques a Paulo e ao Evangelho. Dizem que Paulo não é apóstolo e que o Evangelho que ele anuncia é falso. Afirmam que antes de se tornarem cristãos, os gálatas precisam se tornar prosélitos, pagãos convertidos radicalmente à fé judaica. Ou seja, ensinam que à fé em Jesus é necessário acrescentar as obras da Lei. Ao receber essa notícia, Paulo escreve a carta aos Gálatas para defender o seu apostolado e para defender o Evangelho que anunciara. O Evangelho é o anúncio de que Jesus Cristo, o Messias morto e ressuscitado, é Senhor de todo o mundo. Em Gálatas 1, nós encontramos três características desse Evangelho.

 

O Evangelho é centrado na obra do Filho

 

Como de costume, Paulo começa sua carta com uma apresentação e uma saudação. Já na apresentação, ele defende o seu apostolado: “Paulo, apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos” (v. 1). Um “apóstolo” é um “envidado” e Paulo o fora por Jesus Cristo e por Deus Pai. Logo, ele é apóstolo e tem autoridade apostólica.Se na apresentação Paulo defendera seu apostolado, na saudação ele defende o seu Evangelho: “A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo, que se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém.” (v. 3-5). O Evangelho de Paulo é centrado na obra de Cristo, o Filho. Jesus entregou a si mesmo por nossos pecados. Na cruz, a vida santa de Cristo é sacrificada por nós, pecadores. Jesus entregou a si mesmo para nos resgatar desta presente era perversa. Na cruz, Cristo nos liberta do poder do Diabo e da presente era má. E Jesus entregou a si mesmo segundo a vontade do Pai. Na cruz, a vontade de Cristo está em perfeita harmonia com a do Pai. Assim, o Evangelho é o anúncio de que Jesus Cristo, o Messias, morreu, ressuscitou e, agora, é Senhor de todo o mundo.

 

O Evangelho é baseado na graça do Pai

 

O texto segue e Paulo expressa a sua surpresa: “Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho.” (v. 6). O apóstolo está surpreso com uma transferência de fidelidade dos gálatas. Eles deixaram de confiar no Evangelho e passaram a confiar em outro evangelho. Eles deixaram de confiar no Evangelho da obra de Cristo, completa e suficiente, e passaram a confiar em um evangelho das obras humanas, incompletas e insuficientes. O Evangelho é sobre a obra de Cristo somente, sua vida, morte e ressurreição. O outro evangelho é sobre a obra de Cristo e mais alguma coisa, no caso, as obras da Lei (p. ex.: circuncisão, sábado, festas, dietas, purificações, etc.). Este outro evangelho não é Evangelho, pois depende dos méritos humanos e não exclusivamente da graça divina, da graça do Pai. O problema é que, de acordo com o apóstolo, afastar-se do Evangelho da graça é afastar-se do Deus da graça.

 

O Evangelho é dinamizado pelo poder Espírito Santo

 

Nos últimos versos do capítulo, versos autobiográficos, Paulo fala sobre o poder desse Evangelho. A sua referência é o encontro de Jesus com ele, no caminho de Damasco (cf. At. 9:1-31). Os estudiosos do apóstolo denominam esse encontro de “experiência revelatória”. Essa experiência está no centro da vida de Paulo, marcando claramente um antes e um depois de Cristo. Antes, Paulo é um judeu praticante. Como tal, ele persegue e deseja destruir a igreja de Jesus. Na “experiência revelatória”, o apóstolo é alvo da ação de Deus. Apesar de Paulo fazer o que faz, por graça, Deus Pai revela o seu Filho a ele – notem que a iniciativa é divina. Depois, o apóstolo aprofunda a sua compreensão do Evangelho e dá testemunho dele, com palavras e com ações. Ele vai à Arábia, Jerusalém, Síria e Cilícia.

Embora o Espírito Santo não seja mencionado diretamente neste texto, em Gálatas 3:2-3, Paulo diz algo muito interessante: “Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da Lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram [o Evangelho]? Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?”. Para ele, a vida cristã começa pelo poder do Espírito Santo e é aperfeiçoada pelo mesmo poder. É assim com o apóstolo, com os gálatas e com todos que crêem no Evangelho. Assim sendo, toda transformação espiritual é fruto do poder do Espírito Santo.

 

Que Deus nos transforme pelo poder desse Evangelho trinitário!

 

Luiz Felipe Xavier