quinta-feira, 26 de abril de 2012

Conselhos aos formandos em Teologia


Reproduzo, aqui, o discurso que fiz na colação de grau da turma do segundo semestre de 2011, do curso de Teologia, da Faculdade Batista de Minas Gerais. Essa colação de grau aconteceu no dia 24 de março de 2012.

Aos formandos, o meu muito obrigado pelo convite para ser o paraninfo da turma! Penso que essa é uma das maiores honras que um professor pode receber. Eu diria que a nossa caminhada foi excelente... Novo Testamento I e II, Teologia do Novo Testamento, Análise do Novo Testamento e, para alguns, orientação de monografia.
Vocês chegaram a esta casa desejando capacitar-se para o ministério. Agora, vocês estão saindo para o ministério, mas a capacitação deve continuar por toda a vida. Nesta noite especial, eu gostaria de compartilhar com vocês alguns conselhos. Esses conselhos são fruto do que tenho aprendido no exercício do meu ministério, na Igreja Batista da Redenção.
Em primeiro lugar, lembrem-se do Evangelho. O Evangelho é a boa notícia de que Deus, em Cristo, estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens. Essa reconciliação é necessária por causa do nossos pecados, é planejada por causa do amor de Deus por nós e é realizada por causa da cruz de Cristo. Essa é mensagem que devemos proclamar incessantemente.
Em segundo lugar, lembrem-se do amor. Amor vertical, em relação a Deus. Amor horizontal, em relação ao próximo. Amor a Deus, manifesto em oração e obediência. Amor ao próximo, manifesto em compaixão e serviço. O amor deve ser a nossa identidade.
Em terceiro lugar, lembrem-se da igreja. A igreja é composta de pecadores alcançados pela graça de Deus. A igreja nunca foi perfeita, não é perfeita e não nunca será perfeita, até Cristo voltar. Sabem por quê? Porque nós somos a igreja. Vocês serão pastores dessa igreja, igreja de Jesus. Como pastores, tenham sempre outros pastores ao lado. Procurem desenvolver uma liderança compartilhada, onde o maior entre vocês seja apenas o Supremo Pastor. Promovam tanto grandes reuniões de celebração quanto pequenas reuniões em casas. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Levem suas igrejas a praticar os princípios de mutualidade ou mandamentos recíprocos. Simplesmente pastoreiem.
Em quarto lugar, lembrem-se da Escritura. Que o princípio do “só a Escritura”, que era caro aos reformadores, seja caro a vocês também! Que a consciência de vocês esteja sempre cativa à Escritura! Que vocês julguem tudo, tudo mesmo, pela Escritura! Que a Escritura seja, de fato, sua única regra de fé e de prática. Que a pregação expositiva seja um valor para vocês e para a igreja de vocês!
Em quinto lugar, lembrem-se do discipulado. Foi isso que Jesus ordenou que fizéssemos. Discipulado acontece quando um seguidor de Jesus que caminhou mais ajuda um seguidor de Jesus que caminhou menos. Discipulado é relacionamento. É no discipulado que o caráter cristão é desenvolvido e que somos transformados, dia-a-dia, à imagem do Filho.
Em sexto lugar, lembrem-se do serviço. Sirvam sempre e sirvam ao maior número de pessoas possível. O serviço nos livra do desejo pelo poder nesse mundo. Que Deus os livre de buscar o poder! Porém, se algum dia vocês tiverem algum poder, usem esse poder para servir às pessoas, não para a auto-promoção. Jamais esqueçam que o Senhor de vocês não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Em sétimo e último lugar, lembrem-se da missão. Missão é aqui, ali e acolá. É aqui, na nossa casa, na nossa família, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa cidade e no nosso estado. É ali, no Brasil e na América Latina. É acolá, no mundo inteiro. A missão é para fora. A missão é integral. A missão é o que nos mantém vivos.
Por fim, jamais esqueçam-se das palavras de Pedro: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.” (1 Pe. 5:1-4).
Que Deus os abençoe!
Luiz Felipe Xavier

domingo, 15 de abril de 2012

Sabedoria na prática

Sabedoria na prática

Tiago 4:1-17

15 de abril de 2012

Luiz Felipe Xavier

Faça aqui o download da mensagem e esboço.

sábado, 7 de abril de 2012

Redimindo a Páscoa

“Cristo, nosso cordeiro pascal foi imolado” (Paulo, o apóstolo, em 1 Co. 5:7)

A Páscoa, hoje, remete-nos ao coelho e aos ovos de chocolate. O que antes era espiritual e remetia à ação de Deus na história, agora é mercadológico e remete ao consumo. Logo, pouco a pouco, percebemos que o verdadeiro sentido da Páscoa precisa de redenção.

Etimologicamente, Páscoa é “passagem sobre”. Para entender o que isso significa, precisamos fazer uma retrospectiva histórica...

Por cerca de 400 anos, o povo de Deus vive como escravo no Egito. Ouvindo o clamor desse povo, ele decide libertá-lo. Para realizar tal libertação, Deus envia 10 pragas sobre o Egito. A décima praga implicava na morte do primogênito de cada família. Mas, por graça, ele poupa os primogênitos do seu povo. Como isso se dá? Cada família mata um cordeiro, derrama o seu sangue sobre uma bacia e molha os umbrais da porta com esse sangue. Assim, quando Deus passa pela terra para matar o primogênito das famílias não entra na casa onde vê a marca do sangue. Seguindo essa orientação, os primogênitos do seu povo são poupados. Poupados pelo sangue do cordeiro que fora derramado em favor deles. Essa é a instituição da Páscoa. Instituição que lembra, primeiro, salvação, pois os primogênitos foram poupados, e, segundo, libertação, pois todo o povo foi tirado da escravidão no Egito.

Tempos depois, Jesus entra na história. Ungido pelo Pai, ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos do Diabo, no poder do Espírito. Depois de passar cerca de 3 anos e meio servindo às pessoas na Galiléia e arredores, Jesus vai para Judéia. Antes de ser morto, ele passa uma semana em Jerusalém e cercanias. Ali, na quinta feira, Jesus celebra a Páscoa com seus discípulos. Ele a celebra e a transforma. Na celebração, ele identifica-se com o cordeiro que deveria ser imolado. Na transformação, ele escolhe o pão e o vinho como símbolos do seu corpo e sangue, corpo que seria dado em favor de muitos e sangue que seria derramado em favor de muitos. Assim sendo, a Ceia é a Páscoa dos discípulos de Jesus. Na Ceia, recordamos o Evangelho. Recordamos morte, sepultamento, ressurreição e aparição de Jesus. Recordamos a nossa salvação e a nossa libertação.

Hoje, precisamos redimir a Páscoa. Essa redenção implica em atribuir-lhe o mesmo sentido que Jesus atribuiu-lhe. A verdadeira páscoa é celebrada por discípulos de Jesus. É celebrada em torno da mesa da comunhão. É celebrada com pão e vinho. É celebrada com gratidão no coração. É celebrada com a certeza do perdão dos pecados. É celebrada com a alegria da justificação. É celebrada com a disposição espiritual de viver uma nova vida. É celebrada com a esperança da glória.

Portanto, que a lembrança do coelho seja substituída pela lembrança do Cordeiro! Que o doce do chocolate não substitua o amargo do sangue que traz salvação e libertação. Que a Páscoa seja celebrada por todos nós!

Luiz Felipe Xavier.

Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.