sábado, 7 de abril de 2012

Redimindo a Páscoa

“Cristo, nosso cordeiro pascal foi imolado” (Paulo, o apóstolo, em 1 Co. 5:7)

A Páscoa, hoje, remete-nos ao coelho e aos ovos de chocolate. O que antes era espiritual e remetia à ação de Deus na história, agora é mercadológico e remete ao consumo. Logo, pouco a pouco, percebemos que o verdadeiro sentido da Páscoa precisa de redenção.

Etimologicamente, Páscoa é “passagem sobre”. Para entender o que isso significa, precisamos fazer uma retrospectiva histórica...

Por cerca de 400 anos, o povo de Deus vive como escravo no Egito. Ouvindo o clamor desse povo, ele decide libertá-lo. Para realizar tal libertação, Deus envia 10 pragas sobre o Egito. A décima praga implicava na morte do primogênito de cada família. Mas, por graça, ele poupa os primogênitos do seu povo. Como isso se dá? Cada família mata um cordeiro, derrama o seu sangue sobre uma bacia e molha os umbrais da porta com esse sangue. Assim, quando Deus passa pela terra para matar o primogênito das famílias não entra na casa onde vê a marca do sangue. Seguindo essa orientação, os primogênitos do seu povo são poupados. Poupados pelo sangue do cordeiro que fora derramado em favor deles. Essa é a instituição da Páscoa. Instituição que lembra, primeiro, salvação, pois os primogênitos foram poupados, e, segundo, libertação, pois todo o povo foi tirado da escravidão no Egito.

Tempos depois, Jesus entra na história. Ungido pelo Pai, ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos do Diabo, no poder do Espírito. Depois de passar cerca de 3 anos e meio servindo às pessoas na Galiléia e arredores, Jesus vai para Judéia. Antes de ser morto, ele passa uma semana em Jerusalém e cercanias. Ali, na quinta feira, Jesus celebra a Páscoa com seus discípulos. Ele a celebra e a transforma. Na celebração, ele identifica-se com o cordeiro que deveria ser imolado. Na transformação, ele escolhe o pão e o vinho como símbolos do seu corpo e sangue, corpo que seria dado em favor de muitos e sangue que seria derramado em favor de muitos. Assim sendo, a Ceia é a Páscoa dos discípulos de Jesus. Na Ceia, recordamos o Evangelho. Recordamos morte, sepultamento, ressurreição e aparição de Jesus. Recordamos a nossa salvação e a nossa libertação.

Hoje, precisamos redimir a Páscoa. Essa redenção implica em atribuir-lhe o mesmo sentido que Jesus atribuiu-lhe. A verdadeira páscoa é celebrada por discípulos de Jesus. É celebrada em torno da mesa da comunhão. É celebrada com pão e vinho. É celebrada com gratidão no coração. É celebrada com a certeza do perdão dos pecados. É celebrada com a alegria da justificação. É celebrada com a disposição espiritual de viver uma nova vida. É celebrada com a esperança da glória.

Portanto, que a lembrança do coelho seja substituída pela lembrança do Cordeiro! Que o doce do chocolate não substitua o amargo do sangue que traz salvação e libertação. Que a Páscoa seja celebrada por todos nós!

Luiz Felipe Xavier.

Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.

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