domingo, 28 de agosto de 2016

Religiosidade morta ou espiritualidade viva

Religiosidade morta ou espiritualidade viva

Marcos 7:1-23.

28 de agosto de 2016

Luiz Felipe Xavier

Faça aqui o download da mensagem e esboço.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Encontro de Líderes Jovens do Movimento de Lausanne

Depois de um primeiro semestre muito difícil, chegara a hora de embarcar para a Indonésia. Sentindo-me árido espiritualmente, ansiava pelos dias que viriam. Queria ouvir a voz do Pai com o coração, ser reconvertido à simplicidade profunda do Evangelho e ser reencorajado pela comunhão e caminhada com os irmãos de diferentes partes do mundo.
Na companhia do Jonathan Freitas e do Davi Lin, cheguei à Indonésia. Era minha primeira vez na Ásia e num país de maioria muçulmana. Jacarta me pareceu uma cidade muito interessante, uma cidade que mistura tradição e inovação, uma cidade com boas opções culturais e com trânsito caótico. Em quatro dias, fiquei perplexo com a cultura muçulmana. Ali encontrei um povo alegre, cordial e pacífico, um povo que valoriza a família, apesar de, aparentemente, as mulheres ainda serem muito oprimidas. Este choque cultural me ofereceu boas perguntas.
Ali, em Jacarta, entre 03 e 10 de agosto, o Movimento de Lausanne reuniu mais de 1.000 líderes jovens, de mais de 140 países. Era o tão esperado Encontro de Líderes Jovens 2016! A celebração de abertura foi bela. Emocionei-me ao cantar “Bless the Lord, oh my soul | Oh my soul | Worship His holy name | Sing like never before | Oh my soul | I’ll worship Your holy name” com gente dos quatro cantos da terra.
Durante 8 dias muito intensos, refletimos sobre a grande história de Deus, história que une todos nós. Em forma de um mosaico, compartilho algumas lições que aprendi ali. O painel sobre o estado do mundo me ensinou a fazer três perguntas: “Onde a igreja está?”; “Para onde a igreja precisa ir?”; e “O que a igreja precisa fazer?”. Com Tracy Trinita aprendi a importância de contar histórias pessoais em conexão com a grande história de Deus. Richard Chin me ensinou que a criação de Deus é boa, mas não é perfeita, pois precisa ser cuidada e desenvolvida por nós. Ele me ensinou também que a grandeza de uma pessoa consiste em viver uma vida que aponte para Cristo. Com Mutua Mahiaini, aprendi que um líder deve ser reconhecido mais por sua voz que por seu nome. Lindsey Olesberb me ensinou que estamos diante do grande desafio de levar a próxima geração a se interessar e se engajar com as Escrituras. Com Vaughan Roberts, aprendi que um líder precisa lembrar que vem do pó, que Jesus deve ser o centro do seu ministério, que é necessário ser impiedoso com o pecado e que é preciso manter relacionamentos próximos. Aprendi também que, por vezes, precisaremos dizer “não” às maravilhosas oportunidades do ministério para passar mais tempo com a família e com os amigos. T. V. Thomas me ensinou que precisamos abandonar nossos preconceitos em relação os muçulmanos, que precisamos amá-los como Jesus os ama, e que precisamos recebê-los em nossas casas. Com Las Newman aprendi que um líder precisa cuidar de si mesmo, pois o estresse e a estafa têm como consequência a perda da paixão por Deus e pelas coisas do seu Reino. Andrea Roldan me ensinou que na longa caminhada de obediência a Deus, precisamos de “Paulos”, para nossa direção, de “Barnabés”, para nosso cuidado, e de “Timóteos”, para nossa sucessão. Com um pregador da Coreia do Norte, aprendi que um seguidor de Jesus não é aquele que têm uma vida religiosa ativa, porém, é aquele que tem Jesus como centro da sua vida. Ladan Nouri me ensinou que se Deus nos chamar para sofrer pelo seu nome, ele mesmo nos dará forças para isso. E, com Os Guinness, aprendi que, num mundo pluralista, precisamos do poder do Espírito, da história do pensamento e da análise da cultura.
Em meio a tudo isso, duas pessoas me impactaram profundamente. A primeira delas foi o Chris Wright. Como parte do que no encontro foi denominado “1 on 1”, tive a oportunidade de conversar com este irmão por 50 minutos. Esta conversa se deu em torno de três perguntas que lhe fiz: “Que conselhos você daria a um jovem pastor?”; “Que conselhos você daria a um jovem professor de Teologia?”; e “Que conselhos você daria a alguém que lidera sem ter o dom espiritual de liderança?”. Dentre os muitos conselhos que ouvi, destaco o principal: “Tenha a sua identidade profundamente arraigada em Cristo. Isso possibilitará o seu crescimento em liberdade e humildade”. O Chris Wright é uma das pessoas mais humildes com quem já conversei. Ao longo da minha peregrinação espiritual, quero considerar atentamente os preciosos conselhos que dele recebi. Louvo a Deus pela vida desse querido irmão! A segunda pessoa foi a Anne Zaki. Na minha opinião, ela fez a melhor exposição bíblica do encontro. Tendo como base a conhecida narrativa da Torre de Babel, ela propôs que, desde o Éden, o orgulho continua sendo um pecado muito sutil em nossos corações. Ele sempre se manifesta quando tentamos construir um mundo sem Deus. A Anne Zaki sugeriu que nosso mundo hoje é semelhante aquele da Torre de Babel. Logo, nesse nosso mundo, precisamos responder a uma pergunta fundamental: “Nós vamos trabalhar para que o nome de Deus seja espalhado pela terra ou para que o nosso próprio nome seja grande na terra?”. Tendo apresentado essa pergunta, ela nos desafiou a abandonar a auto idolatria. Isso porque a vontade de Deus é que deixemos de ser povo de Babel para nos tornar, de fato, povo da cruz. Três dias depois de ouvir esta mensagem, encontrei a Anne Zaki no elevador. Enquanto descíamos para o restaurante, disse-lhe: “Anne, muito obrigado por sua palavra sobre a Torre de Babel! Tenho uma filha que também se chama Anne. No final da sua exposição bíblica, pedi a Deus que fizesse da minha Anne uma bênção para o mundo assim como você é uma bênção para o mundo.”. Também louvo a Deus pela vida dessa querida irmã!
Por fim, sou muito grato a Deus pelo privilégio de ter conhecido e convivido com os mais de 60 irmãos da delegação brasileira. Embora infelizmente não tenha conseguido, tentei conversar com cada um deles. Algumas dessas conversas duraram longas horas, outras apenas alguns minutos. Em todas elas, aprendi. Aprendi especialmente que a amizade é o ponto de partida para todo e qualquer diálogo produtivo. Ao que me parece, a nossa contribuição à nossa geração deve ser precedida pela nossa amizade. Só assim, experimentando a unidade em meio à diversidade, seremos relevantes nos nossos dias. Também sou grato a Deus pelos dois momentos que tive com os irmãos da América Latina. Eles sempre nos ajudam a ver melhor a integralidade da missão.
Que Deus, por sua graça, nos dê discernimento e sabedoria, e nos ajude a seguir conectados a ele e uns aos outros!
Luiz Felipe Xavier.