domingo, 22 de julho de 2012

Conhecendo nosso Sumo Sacerdote

Conhecendo nosso Sumo Sacerdote

Hebreus 6:19 – 7:28

22 de julho de 2012

Luiz Felipe Xavier

Faça aqui o download da mensagem e esboço.

sábado, 14 de julho de 2012

Celebrar

A atitude do quinto e último dia do CLADE V foi "Celebrar". Assim como nos demais dias, começamos com cânticos de adoração e louvor ao nosso Deus. Celebramos, com muita alegria, o seu amor constante. Celebramos, com muitos abraços, a fraternidade produzida pela Trindade.
Antes da devocional, fomos saudados pelo representante do Conselho Mundial de Igrejas, que lamentou a negação de vistos às pessoas de alguns países que queriam participar do CLADE V e convidou-nos para a próxima assembléia, cujo tema é "Deus da vida, conduza-nos à justiça e à paz. Essa assembléia acontecerá em outubro, na República da Coréia.
A devocional de hoje foi dirigida por uma brasileira. Em João 21, encontramos a última refeição de Jesus com seus discípulos. Assim como a multidão teve fome (Cf. Jo. 6) os discípulos também tiveram fome. Esse texto é marcado por continuidade e mudança. Além disso, outros aspectos merecem destaque. O primeiro está relacionado ao espaço: os discípulos saem das casas para as ruas. O segundo está nos números: os sete discípulos representam todos discípulos. O terceiro está relacionado ao tempo: assim como Jesus ressuscita de manhã a missão dos discípulos é "ressuscitada" de manhã. Os dois momentos do texto são muito significativos. O chamado à missão é renovado em torno da mesa e a motivação da missão é purificada. Por fim, aprendemos que Jesus é o centro da missão, não nós mesmos e nossos próprios projetos. Quando Jesus é o centro da missão, a nossa presença no mundo passa a ser marcada pelo amor.
Toda a tarde foi ocupada pela assembléia geral da FTL e Jorge Henrique Barro foi re-eleito como presidente.
À noite, aconteceu a celebração de encerramento. Depois de um tempo de cânticos, René Padilla e Samuel Escobar foram homenageados pela vida dedicada e serviços prestados à Missão Integral. René Padilla falou sobre a sua história como um filme dirigido pelo próprio Deus. Samuel Escobar destacou o fato de que a América Latina precisa ser evangelizada, precisa submeter-se a Jesus como Salvador e Senhor. Destacou também a importância das igrejas locais como espaços onde os discípulos que engajarão-se na Missão Integral serão formados.
Depois dessa homenagem, a Carta Pastoral do CLADE V foi lida. Destaco as seguintes ênfases: a necessidade de seguir o Jesus dos Evangelhos; a urgência de uma missão transformadora; o Reino de Deus que manifesta-se no movimento que luta pela vida; a direção e o poder do Espírito Santo para denunciar a injustiça e proclamar a esperança; a promoção de um modelo de comunidade que reflita a Trindade; a edificação de comunidades de iguais; o chamado à seguir a Jesus em seu Reino de vida, guiados pelos Espírito Santo.
Tendo sido feita a leitura, ouvimos a voz de Jesus que disse-nos: "Se tu me amas, apascenta as minhas ovelhas".
Como é tradição em encontros da FTL, caminhando para o fim do congresso, todos nós participamos da mesa do Senhor. Comi do pão e tomei do vinho em companhia do Christian Gillis, meu amigo e pastor, e do Wilson Costa. Ceia na FTL é como na foto!
O momento seguinte foi marcado pela transição da secretaria executiva. Ruth Padilla passou o bastão para o amigo Marcelo Vargas. Em sua primeira fala como secretário executivo, este último ressaltou seu desejo de ser uma ponte entre hispanos e brasileiros. Desafiou-nos também a seguirmos adiante, amando a Jesus. A oração de posse do novo comitê diretivo foi feita pelo casal Arana.
O CLADE V foi encerrado com uma oração da irmã Dorothy, a primeira mulher a assumir uma posição de liderança na FTL. Ela orou especialmente pela nova geração que chega. Em seguida, catamos o hino do CLADE V e fomos todos despedidos com a bênção apostólica cantada pela Priscila Vargas.
Agradeço a Deus pelo privilégio de ter participado do CLADE V. Agora, é arrumar tudo e voltar para casa.
Luiz Felipe Xavier.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Responder

A atitude do quarto dia do CLADE V foi "responder". Começamos o dia com o seguinte convite: "Cantemos ao Senhor com alegria... Cantemos ao Senhor com alegria... Braço que nos salvou... Nos deu a vida...". Em meio a realidade de pecado que embaraça-nos fomos encorajados a mantermo-nos firmes na esperança.
A devocional da manhã foi dirigida pelo boliviano David Nacho. A partir de João 20:26-29, disse-nos que, diante do temor e da dúvida dos discípulos, Jesus aproxima-se e mostra-lhes sua graça. O que aconteceu aos discípulos acontece também a nós hoje. Desfrutamos da presença e da graça de Jesus. É graça sobre graça! Todo aquele que foi alvo da graça deve tornar-se canal da mesma. Essa graça, a qual temos acesso pela fé, conduz-nos à paz.
Depois do tempo de lanche, o cone sul começou sua apresentação. Os integrantes do grupo assentaram-se em meia lua e a dinâmica intercalou textos, música e poesia. Algumas idéias interessantes sobre o Espírito da Vida chamaram-nos à nossa atenção como Igreja: como Igreja, precisamos ser abertos aos que sofrem; como Igreja, precisamos desenvolver a cultura da humildade; como Igreja, precisamos estar cientes que nem toda missão é integral; como Igreja, precisamos discernir que o mundo mudou, desde que a Missão Integral foi proposta; como Igreja, precisamos perceber a limitação do antigo conceito de ação social e atualizá-lo; como Igreja, precisamos fazer com que a nossa piedade conduza-nos à generosidade; como Igreja, precisamos viver na tensão entre a experiência de morte e a esperança da vida; como Igreja, precisamos praticar a criatividade como dom de Deus; como Igreja, precisamos desfrutar da comunhão como inclusão (especialmente de mulheres, índios e crianças), etc.. A nós, restaram as seguintes questões: Como atua o Espírito Santo em nossos ministérios? Como pensamos que atuam os espíritos de morte em nossos contextos? Com relação às perspectivas de missão que desenvolvemos, quais são seus pontos fortes e fracos?
A manhã chegou ao fim com uma saudação do representante da Aliança Evangélica Mundial, com a premiação do livro "Refranes que cambian la vida" e com o anúncio de René Padilla sobre a elaboração do "Comentário Bíblico Contemporâneo".
Durante o almoço, a nova diretoria da FTL-B reuniu-se para planejar suas primeiras ações. A reunião foi marcada por grandes desafios e pela retomada de antigos projetos.
Após o almoço, mesmo sabendo que aconteceria do fórum teológico, optei por desfrutar da companhia de alguns novos amigos. Foi um tempo muito significativo. Tempo de abrir o coração e compartilhar a vida.
À noite aconteceu o "Painel do Mundo", dirigido pela Ruth Padilla. Cada participante deveria falar sobre a contribuição da Missão Integral e do CLADE V à sua vida e ao seu ministério. A representante da Inglaterra apontou a compreensão dos relacionamentos interpessoais como base para a missão. O representante da Romênia fez quatro considerações: que a Teologia da Missão Integral não é abstrata, mas nasce da realidade da vida; que o congresso foi marcado por um profundo senso de celebração do seguimento de Cristo; que é bonito ver todo o corpo de Cristo participando da missão; que o CLADE V foi caracterizado por um profundo senso de esperança. O representante da Jamaica disse que a América Latina está ajudando o mundo a re-descobrir a Missão Integral e que a comunidade evangélica está envolvida na compreensão do que, de fato, significa ser Igreja hoje. O representante da Filipinas afirmou que a igreja latino-americana já pode mostrar-se e dar-se ao mundo; que a Missão Integral precisa incluir um elemento de surpresa (dos prodígios às manifestações artísticas); que é necessário que sejamos modestos; e que, por diversas razões, a Filipinas é considerada a América Latina da Ásia. A representante da África, uma keniana que vive no Zimbábue, destacou a articulação de problemas comuns em uma só voz; o reconhecimento, por parte dos homens, do espaço das mulheres; e os pontos comuns entre África e América Latina (entre eles, colonizações, ditaduras e injustiça social).
Música, foto-poesia e pintura encerraram a noite do quarto dia.
Luiz Felipe Xavier.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Escutar

A atitude do terceiro dia do CLADE V foi "escutar". Como ontem, começamos com cânticos de adoração e louvor ao nosso Deus. Num mundo marcado pelos sinais do pecado somos convidados a escutar as palavras de Jesus, que convocam-nos ao serviço.
A devocional da manhã foi dirigida pela mexicana Alejandra Ortiz Chacón. Tendo como base João 20:21-25, falou-nos sobre a dúvida e o mistério. Os discípulos acabaram de ver o seu Mestre ser crucificado e sentem medo. Nesse contexto, Jesus aparece e fala sobre a sua paz. Não somente isso, mas em meio a dúvida e ao mistério, ele envia-os ao mundo para servi-lo. Assim como os discípulos foram enviados, nós também o somos. Para conhecer a nossa agenda missionária, precisamos observar, atentamente, a agenda de Jesus. Como ele sopra sobre os discípulos, fica evidente que a missão acontece apenas no poder do Espírito. Não somente por nossas palavras, mas, sobretudo, pela nossa vida, sinalizaremos o Reino de Deus no mundo marcado pelos sinais do pecado. Logo, é no ambiente da ambigüidade da vida que o discipulado se desenvolve e a esperança se renova.
Após o tempo de lanche, a região andina começou sua apresentação. Com vídeos, denunciou uma economia de mercado que sacrifica a vida dos mais pobres e destrói o planeta. Durante a leitura do documento, o Reino de Deus no Novo Testamento foi identificado com a paz do Antigo Testamento, paz que traduz-se em bem estar geral. O Reino deve ser a chave hermenêutica da Missão Integral e Jesus deve ser a chave hermenêutica do Reino. O Reino deve formular a utopia e a sua pedagogia deve dar-se pela prática dos seus próprios valores. O Reino é maior que a Igreja e o crescimento numérico da Igreja nem sempre corresponde a expansão do Reino. O Reino expande-se quando as realidades de morte do anti-Reino são transformadas.
Esta rica manhã foi encerrada com uma bela apresentação musical do "Movimento juntos com as crianças e com a juventude", muito parecido com o "Bola na Rede", da RENAS. Em homenagem ao trabalho realizado no Brasil, Jorge Henrique Barro e Ruth Padilla foram vacinados contra os maus tratos. Não somente eles, mas muitos outros presentes no auditório.
Depois do almoço, participei de outra consulta. Desta vez, sobre "Herança histórica e missão: a importância de aprender do nosso passado para afirmar nossa identidade.". Essa consulta foi organizada pelo grupo de pesquisa sobre história do protestantismo latino-americano. A primeira exposição foi sobre a literatura evangélica publicada na América Latina, na primeira metade do século XX". A segunda exposição foi sobre uma "Leitura histórica do protestantismo no Brasil". Acerca dessa temática, Lyndon destacou que há três tipos de história: A primeira é aquela inventada pelas igrejas e pelas denominações. A segunda é aquela marcada pelas tipologias sócio-hostóricas da academia. A terceira é aquela produzida com caráter metodológico. A primeira obra desse terceiro tipo de história foi de Emile Leonard. A terceira e última exposição foi sobre o processo de indigenização do protestantismo na América Latina.
À noite, Luciano Jaramillo começou dizendo-nos que servimos a um Deus que interessa-se pelo ser humano integral. Tomando como referência a vida de Moisés, apresentou-nos sete diaconias (serviços): diaconia sócio-política (libertação), diaconia da luta, diaconia das necessidades vitais, diaconia do fazer comunidade (incluindo a capacitação de lideranças), diaconia do conselho, diaconia da oração, diaconia da Palavra.
Dando continuidade à programação da noite, Cesar Carhuachin denunciou todo e qualquer tipo de linguagem discriminatória, linguagem que é institucionalizada e sancionada pela cultura. Além disso, sugeriu a adoção de uma linguagem libertadora, linguagem que produzirá uma consciência social inclusiva.
Em seguida houve o reconhecimento dos pioneiros da teologia hispana nos Estados Unidos. Dentre eles, Orlando Costas. O programa do terceiro dia foi fechado com uma boa música e uma bela dança da Rebeca.
A cada instante percebo melhor a importância do tempo que passei com a juventude da Redê em La Paz, Bolívia, para o meu aproveitamento do CLADE. Deus é bom!
Luiz Felipe Xavier.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Agradecer

A atitude do segundo dia do CLADE V foi "agradecer". Começamos com cânticos de adoração e louvor ao nosso Deus. Agradecemos a Jesus, por aproximar-se de nós e convidar-nos a seguí-lo.
A devocional foi realizada por Pedro Arana. Agradecemos a Deus pela fé que ele mesmo nos deu. Fé que leva-nos ao genuíno arrependimento, nos transformando. O texto de João 20:11-20 apresenta-nos o choro de Maria. Assim como ela, podemos chorar por nosso sofrimento. A passagem não termina com pranto, mas com a boa notícia de que Jesus vive. Logo, à partir desse fato, não há situação de morte que não possa ser transformada em nossa vida. Por fim, Pedro Arana disse-nos que a fé eficaz é aquela que busca responder às questões relacionadas ao seu próprio contexto, à luz da Palavra de Jesus.
Depois do lanche da manhã, a região Brasil começou sua apresentação com uma breve introdução feita pelo Wilson, seguida de um vídeo da campanha "Bola na Rede", promovida pela RENAS. Embalados pela viola do Carlinhos, cantamos músicas que nasceram da realidade brasileira. Leandro, de Felipe Camarão, contou-nos o que Deus tem feito em Natal, Rio Grande do Norte. Poema e música antecederam a leitura do documento produzido pela FTL-B, por Robinson, Clemir e Yokimi. A grande questão à qual esse documento pretende responder é: Como seguir a Jesus num contexto marcado por individualismo egoísta, espiritualismo personalista, produtivismo predatório e corrupção cínica? A resposta proposta é: seguindo, radicalmente, seu modelo de serviço encarnacional. Isso porque a missão da igreja é uma extensão da missão de Cristo. Como não poderia ser diferente, a delegação brasileira encerrou sua participação com samba e oração, esta última, feita pela Morgana.
A leitura de uma saudação do CELAM e a apresentação da Eco Biblia fecharam as atividades da manhã.
Após o almoço, participei de uma consulta intitulada: "Jovens protagonistas da transformação". Nessa consulta, contei com a companhia do Thiago, Joabe, Klênia, Morgana e Rebeca (Bolívia). A metodologia adotada refletiu a situação mesma da grande maioria dos nossos jovens: fragmentação. Muitos diagnósticos e poucos prognósticos. Dentro desses diagnósticos, um que preocupa: uma hermenêutica inclusiva fortemente relativista.
À noite, a apresentação ficou por conta da América Central e Caribe. Mauricio Rojas propôs uma retomada da hermenêutica contextual. Afirmou também que não podemos conhecer a Jesus a partir de nós mesmos, mas a partir dele mesmo. Nesse processo, não podemos confundir o mapa com o território, não podemos viver convencidos de que temos o melhor mapa e não podemos crer que o território não muda. Só conheceremos a Deus na vida, na prática da sua Palavra. Disse ainda que a liturgia não pode restringir-se à forma e que para testemunhar de Jesus precisamos identificar-nos com o outro.
Após um impactante vídeo sobre os sinais do Reino nessa região, Sidney Rooy testemunhou sobre seu trabalho junto às vítimas de minas de terra. Milhares de carrinhos já foram distribuídos em 18 países da América Latina e Caribe, e em 92 países do mundo, possibilitando qualidade de vida aos beneficiados.
Dança, poesia e muita música marcaram a noite. Uma, em especial, reflete, muitas vezes, a minha pessoa: "Eu pensei correr de mim... mas aonde eu ia eu tava... quanto mais eu corria... mais pra perto eu chegava...". O programa do segundo dia foi fechado ao som da salsa.
Grato e cansado, peço a Deus que renove as minhas forças para amanhã.
Luiz Felipe Xavier.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recordar

O tema do CLADE V é "Sigamos a Jesus em seu Reino de vida! Guia-nos Espírito Santo! A atitude proposta para o primeiro dia foi "recordar". Assentados em mesas para oito pessoas, mais de 700 irmãos e irmãs da América Latina, do Caribe e de outras partes do mundo recordaram a história e o legado dos CLADE's. Tudo começou com músicas e danças, num cenário multi-colorido. Cantamos juntos, em espanhol, dentre outras canções, uma composta especificamente para esse congresso. Fiquei emocionado quando, em português, a Priscila Vargas ajudou-nos a orar cantando... "Eu quero ser um vaso novo...".
O congresso foi aberto pelo brasileiro Jorge Henrique Barro, atual presidente da FTL continental, não sem antes relembrar, brevemente, a história e missão dessa instituição mais de 40 anos. Tendo como base o tema do CLADE V, afirmou também que todos somos discípulos de Jesus, todos somos agentes do Reino de Deus e todos somos dependentes do Espírito Santo.
Logo em seguida, os integrantes de cada mesa se apresentaram. Estou na mesa 29, com dois nicaragüenses, um equatoriano e um mexicano. Enquanto essa apresentação acontecia, alguns irmãos tomavam assento no palco: Mervin Breneman, Pedro Arana, Juan Stam, René Padilla, Sidney Rooy, Samuel Escobar e Valdir Steuernagel. Entrevistados por René Padilla, cada um contou o que mais apreciou nos CLADE's que participou. Particularmente, fui tocado por uma frase de Pedro Arana: "A fidelidade a Cristo começa com a fidelidade à igreja local.". Por fim, recordamos, tristes, a ausência de irmãos que o Senhor chamou para si. Destaco os nomes de Péricles Couto, Robinson Cavalcanti e José Miguez Bonino. Este último teve um de seus livros recomendados à nova geração: Rostos do protestantismo latino-americano.
Depois desse momento, Ruth Padilla lembrou-nos que a utopia está no horizonte. Essa utopia faz-nos andar e precisa, constantemente, ser iluminada pelas Escrituras. Lembrou-nos também que a FTL existe para fazer reflexão teológica contextualizada, à serviço da Igreja, para auxilia-la em sua missão. Lembrou-nos ainda que necessitamos de discipulado radical e não de adesão nominal.
Fechando o programa do primeiro dia, Carlinhos Veiga e Priscila ajudaram-nos a recordar, cantando, parte da nossa utopia ou, como prefiro, esperança: "Braços levantados livres do mal... Igualdade e justiça haverá... Já não haverá morte ou guerra... Novo céu e uma nova terra... Eu desejo tanto ver o dia chegar...".
Meu coração está muito grato à Deus. A história que eu lia incluiu-me e isso é fantástico!
Luiz Felipe Xavier.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Na expectativa do CLADE V


No último feriado de Corpus Christi, a Fraternidade Teológica Latino-Americana – Setor Brasil (FTL-B) reuniu-se no acampamento da Mocidade para Cristo (MPC), em São Sebastião das Águas Claras (cidade próxima a Belo Horizonte), para sua consulta nacional.
A palavra de abertura foi dada pelo Carlinhos Veiga. Dentre outras coisas, destacou que, nestes três últimos anos, um dos grandes avanços da FTL-B foi a abertura de novos núcleos. Logo em seguida, falou o Jorge Barro. Tendo como base o Evangelho de Marcos, enfatizou que o seguimento de Jesus implica em serviço, sofrimento e morte.
A programação prosseguiu com uma mesa sobre a atual conjuntura brasileira. Lyndon, Clemir e Welington destacaram o clima de euforia e ufanismo pelo crescimento econômico nacional (Brasil como sexta economia do mundo), a agenda conservadora de um governo dito de esquerda, a má distribuição de renda, a corrupção indiscriminada, a grande arrecadação sem um investimento proporcional em políticas públicas, a violência contra a mulher, a discussão sobre o Novo Código Florestal, realização da Rio + 20, a criação da Comissão Nacional da Verdade, a preparação para a Copa do Mundo de 2014 e a expectativa acerca do senso religioso de 2010.
Na noite desse primeiro dia, Júlio Zabatiero falou sobre lugares e modos da Teologia. Depois de afirmar que Teologia não é doutrina, missiologia e ciência da religião, propôs que a mesma deve ser edificante (ambiente da igreja), profética (ambiente da sociedade), testemunhal (ambiente do mundo cotidiano) e cognitiva (ambiente da academia). Ouvimos tudo, cada um reteve o que considerou bom e assim chegamos ao fim do primeiro dia.
O segundo dia começou com o devocional do Ricardo Barbosa. Ele lembrou-nos que o Reino de Deus encontra-se dentro de nós e que todos nós precisamos orar. Orar não para apresentarmos o nosso mundo a Deus, mas para entrarmos no mundo de Deus. Nesse caminho em direção ao mundo de Deus, a oração que Jesus nos ensinou é o mapa que indica-nos o caminho certo a seguir.
Depois do Ricardo Barbosa, o Ariovaldo Ramos falou sobre o Reino de Deus e a justiça hoje. Distinguindo entre Reino de Deus, que é o que Deus sustenta, e reinado de Deus, que é onde a vontade de Deus é realizada, ele afirmou que toda criatura tem o direito de viver à altura da sua dignidade. Isso é justiça! Ou seja, justiça é tudo para todos e todos com tudo. Simples assim!
Ainda pela manhã, tive a oportunidade de conduzir um momento maravilhoso de testemunhos de Missão Integral. Por intermédio da Gleydice (da ACEV), ouvimos o que Deus tem feito na Paraíba. O Leandro (da ALEF) contou-nos o que Deus tem realizado no Rio Grande do Norte. Por meio do Rafael, escutamos boas novas sobre a ação de Deus em Guarapari, no Espírito Santo. E, finalmente, fomos desafiados pela Lucy a envolver-nos na campanha Bola na Rede, contra a violência e exploração sexual de crianças. Muito animados e cheios de esperança, assentamo-nos ao redor da mesa para almoçarmos juntos.
Após o almoço, tivemos assembléia. Ouvimos o relatório da antiga diretoria e elegemos a nova: Lyndon, Carlinhos, Lucy, Wilson e eu. Que privilégio! Que responsabilidade! Peço a Deus que, à semelhança de Jesus, usemos o poder a nós concedido para servir ao maior número de pessoas possível. À noite, depois da tempestade e do jantar, houve uma reflexão sobre a questão ambiental, seguida de apresentações artísticas. Infelizmente, devido aos compromissos pré-agendados, não pude estar presente.
O terceiro dia começou com a primeira reunião da nova diretoria. Dentre outras coisas, decidimos que a consulta nacional de 2013 acontecerá também no feriado de Corpus Christi, em Salvador, Bahia. O último devocional ficou sob a responsabilidade de duas mulheres: Lucy e Any. A primeira apresentou duas marcas que todo discípulo de Jesus deve ter: sensibilidade e resistência (Che Guevara dizia: “Ternura e Firmeza”). A segunda ressaltou a importância do lembrar e fez a seguinte pergunta: “O que deixaremos de memória para a próxima geração?”.
Logo em seguida, a nova diretoria tomou posse e Carlos Queiroz pregou sobre o seguimento de Jesus. Partindo do pressuposto que a mais plena revelação de Deus é Jesus Cristo de Nazaré, ele desafiou-nos a seguir esse Jesus nos espaços de risco e nas comunidades carentes; a seguir esse Jesus no cuidado integral, especialmente do corpo; a seguir esse Jesus no processo de escuta (discernimento) e de obediência à vontade dele; a seguir esse Jesus no modo de fazer política (hierarquia invertida) e de relacionar-se socialmente (amplitude); a seguir esse Jesus não tendo como referencial a realidade de mercado (Mamom e a “Ideologia da Prosperidade” X simplicidade e contentamento); a seguir esse Jesus transitando nos espaços religiosos, porém, não restringindo-se a eles; e a seguir esse Jesus no processo de humanização profunda da existência. Para tal seguimento, ele sugeriu três caminhos: primeiro, receber as crianças; segundo, receber os necessitados; e terceiro, receber pequeninos (os que são grandes e fizeram-se pequenos).
Chegando ao fim, dois momentos foram muito marcantes. O primeiro momento foi o de compartilhar os azedos e doces da vida. Como ensinado pelo Novo Testamento, aproveitamos o espaço de culto para praticar os princípios de mutualidade ou mandamentos recíprocos. O segundo momento foi o de participar da ceia do Senhor. Em torno da mesa, comemos do pão e bebemos do vinho, recordando o sacrifício do Cordeiro de Deus em nosso lugar. Que tempo maravilhoso!
Faltam exatamente uma semana para o CLADE V. A inscrição está feita, as passagens estão compradas e o hotel está reservado. A expectativa é grande. Que Deus nos dê um tempo igualmente maravilhoso em San José, Costa Rica!
Luiz Felipe Xavier.