sábado, 15 de janeiro de 2011

Praga... realmente bela

De Viena, seguimos para Praga. A viagem foi tranqüila, marcada pelo início da leitura do livro Lutero, de A. Saussure (numa sentada, quase cheguei à metade). A diferença entre a Áustria e a República Tcheca é notável. Uma vez transposta a fronteira, é possível perceber que as construções se tornam menores e menos conservadas. Depois de uma longa viagem, desembaraçamos na estação central de Praga, trocamos dinheiro (de euro para coroa tcheca), procuramos o “i” para informações e mapas, e ficamos esperando pela pessoa que iria nos buscar. Era sexta feira, dia 07 de janeiro.
Com um milhão e trezentos mil habitantes, Praga é a capital da República Tcheca (antiga região da Boêmia e da Morávia) e a grande metrópole do leste europeu. A cidade é cortada pelo rio “Vltava” (ou Moldava), que a divide em “Cidade Alta” e “Cidade Baixa” (assim como em Lausanne). A história recente da República Tcheca é marcada por intensas mudanças: em 1918, após a primeira guerra mundial, surge a Tchecoslováquia; em 1939, os nazistas anexam o país à Alemanha; do início da década de 60 até o final da década de 80, a nação vive sob o governo comunista (que, segundo ouvi, foi bom para os pobres e ruim para os ricos, mas privava a todos de liberdade); em 1992, acontece a separação entre tchecos e eslovacos; em 1993, nasce a República Tcheca; e, 2004, o país integra a União Européia. Em meio a tantas mudanças, Praga mantém seu charme medieval. Além disso, no ano 2000, a cidade recebeu o título de Metrópole da Cultura.
Pela primeira vez nessa viagem, ficamos hospedados em uma casa de família. Fomos recebidos por um casal, um brasileiro (filho de amigos da nossa igreja) e uma tcheca. Da união desse casal nasceu uma linda menina, que alegra aquele lar. Durante o tempo que vivemos ali, nos sentimos muito bem acolhidos. Eles faltavam adivinhar o que queríamos e faziam de tudo para nos agradar. Aproveitando essa oportunidade, gostaríamos de agradecê-los pela maravilhosa hospitalidade.
Em Praga, tivemos as nossas melhores experiências gastronômicas. Entre elas se destacam a “Svickova” (carne de boi, molho, limão, cranberry, creme de leite e muito “dumpling” – algo delicioso que parece um bolo de pão), “Gulas”, (carne de boi, molho, “dumpling”), “Sem nome”, (pato, repolho roxo cozido e “dumpling” de batata) e “Vepro Knedlo Zelo” (carne de porco, repolho cozido e “dumpling”). Esse último é o melhor. Além disso, comemos pão com lingüiça e bebemos cerveja tcheca (a “Pilsner Urquell” e “Budweiser Budvar” – original). Thaís ainda comeu um pãozinho doce, assado em um rolo e mergulhado em açúcar e canela. Resumindo, através dos comes e bebes, tivemos uma excelente experiência cultural.
Mesmo já cansados da viagem, em Praga, visitamos o “Národní Muzeum”, o museu nacional (nesse, não entramos), o “Komunismu Muzeum”, museu que conta a história do comunismo na Tchecoslováquia, a “Prasná Brána”, fortificação edificada em 1475 (conhecida como a Torre da Pólvora), “Obecní Dum”, a casa municipal (situada ao lado da Torre da Pólvora), “Staromestsqé Námestí”, a praça mais antiga da cidade (onde se encontra o famoso relógio astronômico, a igreja cujas torres representam Adão e Eva, e um monumento em homenagem ao pré-reformador John Huss – em tcheco, Jan Hus), o “Josefov”, um bairro judeu permeado de sinagogas, a “Kampa”, uma região que abriga um parque e que é cortada por canais (lembra Bruges, na Bélgica), o “Dancing House”, um prédio que aparenta estar dançando, a “Karluvmost”, ponte de 515 metros de cumprimento construída em 1357 (também conhecida como “Charles Bridge”), o “Prazsky Hrad”, o também famoso castelo da cidade (no complexo da fortaleza encontram-se uma catedral e uma basílica, essa última do século IX), e a “Václavské Nám.”, rua onde se encontra uma movimentada feira de inverno.
O destaque de Praga vai para a “Betlémská Kaple”, capela onde pregava o pré-reformador John Huss. Logo no início da visita, falei com a nossa guia que sou professor de Teologia no Brasil, que já estudei e ensinei sobre a vida de Huss e que estava muito feliz de estar ali. Devido a essas palavras, ela me trouxe um folder especial de presente, gesto que muito me alegrou. Tendo visto e fotografado toda a capela, vi e fotografei todo o museu. Nesse museu destaca-se a linha do tempo que conta a história da Reforma Protestante (do período pré ao período pós Lutero). Na loja de souvenires, preparando para ir embora, fui surpreendido por uma funcionária que me perguntou se eu pregava no Brasil. Tendo dito que sim, ela me levou ao mesmo púlpito onde pregou Huss. Confesso que orei e me emocionei ali.
Por fim, deixamos Praga na manhã de segunda, 10 de janeiro, em direção à Berlim. Das 413 fotos que tirei, 30 estão no meu Facebook.
Luiz Felipe Xavier.

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