quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lutherstadt Wittenberg... especial

Durante a nossa estada em Berlim, separamos um dia para ir até Lutherstadt Wittenberg, cidade onde viveu Martinho Lutero e onde nasceu a Reforma Protestante (na viagem, terminei a leitura do livro Lutero, de A. Saussure). Cerca de cem quilômetros de Berlim, Lutherstadt Wittenberg pode ser considerada uma vila. Vila histórica, mas vila. Todos os principais pontos turísticos da cidade se localizam em uma rua, que começa no antigo mosteiro agostiniano e vai até o castelo. Toda ela pode ser percorrida em 15 minutos. Como chegamos antes das dez horas, o “i” ainda estava fechado. Logo, nos abrigamos numa cafeteria. Café, torta de chocolate e bate-papo é a melhor alternativa para esperar o tempo passar. As dez, em ponto, estávamos na frente do “i” para informações e mapas. Boas informações e micro-mapa, diga-se de passagem.
Do “i”, atravessamos a rua e nos deparamos com a porta da igreja do castelo, onde Lutero fixou as 95 teses que deram início à Reforma Protestante. Foi um momento singular. Olhando para a rua, em direção ao antigo mosteiro dos agostinianos, fiquei imaginando aquele monge caminhando com seus escritos nas mãos...
Depois de muitas imaginações e fotos (também do castelo), entramos na igreja. Da entrada é possível avistar o púlpito, onde o reformador pregou várias vezes. Do lado direito de quem segue em direção ao altar, dois enormes quadros: um do Lutero e outro do Melâncton (amigo de Lutero, também professor de teologia na Universidade de Wittenberg e peça chave para a Reforma Protestante). Um pouco depois do meio da nave, do lado direito, embaixo do púlpito, o local onde foi sepultado o corpo de Lutero. Numa linha reta, do lado esquerdo, o local onde foi sepultado o corpo de Melâncton. Um pouco mais adiante, aos pés do altar, o local onde foram sepultados os corpos de Frederico e João, príncipes que apoiaram a Reforma Protestante, de modo geral, e Lutero, de modo específico. Ao longo de toda a nave, ainda é possível observar pequenas estátuas dos principais reformadores e um monumento de bronze com a imagem de Lutero ao lado do seu símbolo predileto: a rosa branca.
Deixando a igreja do castelo, seguimos em direção à casa de Lutero, antigo mosteiro dos agostinianos. Cruzando a porta que dá para a rua principal, nos deparamos com um amplo jardim, onde se encontram uma estátua da Catarina de Bora (ex-freira e esposa do Lutero) e uma fonte. Hoje, a casa onde viveu o reformador é um museu. O maior museu do mundo sobre a Reforma Protestante. Ao todo, são quatro andares e mais de mil peças originais. Os andares mais importantes são o primeiro e o segundo. No primeiro, são apresentadas, em ordem cronológica, a história e os escritos de Lutero. No segundo, são apresentados, também em ordem cronológica, a história, os escritos e o quarto (que na verdade era uma sala de estar) de Lutero. Ao longo de toda a exposição, chama à atenção as telas de Cranach, artista e amigo de Lutero. Dentre o que é possível ver nesse impressionante museu, destaca-se: (...). No terceiro andar se encontram peças sobre a Reforma Protestante de modo geral, parte da biblioteca do século XVI e diversos retratos de Lutero. No subsolo há uma homenagem à Catarina de Bora. Ali são apresentadas as diversas atividades domésticas exercida por ela. Fica claro que atrás de um grande homem, quase sempre tem uma grande mulher.
Ao sair da casa do Lutero, vimos e fotografamos a “Casa do Melâncton” (infelizmente, não pudemos visitá-la, pois estava em reforma), o campus da “Universidade de Wittenberg” (onde Lutero e Melâncton lecionaram Teologia), a “Prefeitura” (onde, na frente, estão duas grandes esculturas da dupla Lutero e Melâncton), a “Igreja da Cidade” (onde se reunia o rebanho dos pastores Lutero e Bugenhagen), a “Casa do Cranach” (onde morou o artista plástico e amigo de Lutero) e o “Carvalho” (onde Lutero queimou os decretos e a bula do papa).
Em meio a vistas e fotos, fizemos uma pausa para o almoço. Que almoço! O melhor de todos os almoços em terras européias. Sabendo que alemães apreciam batatas, escolhemos uma casa especializada em batatas. Pedimos um prato para dois. Esse prato era composto por salada (pula essa parte), três tipos de batata (frita, cozida e recheada) e três tipos de carne (boi, porco e peru). Só de lembrar, a boca enche d’água. Em homenagem ao Lutero, a bebida foi cerveja. Ah! Descobrimos que a dele era feita pela Catarina de Bora com cevada doada pelo príncipe Frederico.
Por fim, voltamos à Berlim na noite do mesmo dia. No trem, orações de gratidão ao Deus que de uma vila pode levantar uma pessoa e um movimento capaz de mudar a história da igreja no mundo todo. Das 409 fotos que tirei, 25 estão no meu Facebook.
Luiz Felipe Xavier.

3 comentários:

  1. Olá Luiz,

    Obrigada pelas informações do blog. São muito valiosas.

    Estou precisando de uma ajuda: como faço para comprar as passagens de Berlim para Lutherstadt Wittenberg (e não Wittenberg, certo? :-. Quanto custa as passagens? Tenho que reservar com muita antecedência? Existem guias para auxiliar? Qual língua falam (apenas alemão?)?

    Vou chegar a Berlim no dia 11 de agosto à noite e pretendo ir lá dia 13/08/2013....

    Obrigada.

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    1. CONCLUSÃO! MARTIN LUTERO NASCEU E MORREU CATÓLICO E QUERIA SER PAPA E NÃO CONSEGIU

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  2. Ola! Muito interessante o seu relato! Irei a Alemanha no fim do ano e pretendo visitar Wittenberg. Caso tenha mais dicas para compartilhar agradeço!

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