sexta-feira, 15 de julho de 2011

Primeiras impressões da África...

Saímos do Brasil na quarta feira, dia 13 de julho. De Belo horizonte fomos para São Paulo, de onde seguimos para Johanesburgo, África do Sul. Thaís e eu viajamos naquela que consideramos ser a pior parte do avião, no centro e no meio. Do lado da Thaís, um homem muito gentil, da Cidade do Cabo, que estava voltando para casa. Do meu lado, um engenheiro, de Belo Horizonte, que estava em direção à Namíbia, onde daria manutenção em um navio. Durante a viagem, tudo transcorreu bem. Destaque para a boa comida e para a boa bebida (as melhores que já comemos e bebemos em vôos) e para o péssimo atendimento dos comissários e comissárias da South African Airways.

A nossa chegada em Johanesburgo foi tranqüila. Como não tínhamos que retirar nossa bagagem, passamos pela imigração – onde recebemos um visto de trânsito pelo país – e seguimos para a área de free shop – único lugar possível. Ali, fiquei encantado com uma loja chamada Out of Africa. Como o próprio nome diz, essa loja é só de produtos africanos. O artesanato é maravilhoso! Durante o curto tempo que passamos em Johanesburgo, Thaís disse várias vezes: “Nós temos que conhecer a África do Sul!”. Dali, seguimos para Luanda, Angola.

Durante essa viagem, tudo também transcorreu bem. Da janela, observei e fotografei muito. A paisagem plana, desértica e marrom! Saindo de Johanesburgo, vi muitas casas grandes (algumas com piscinas), carros novos e bairros delimitados. Vi também favelas. Chegando em Luanda vi muitas casas pequenas (quase todas com pedras sobre o telhado de amianto), muitas vans azuis e brancas e muita poeira. Vi também poucas casas grandes. Exceto para Thaís, que foi alvo de muitas perguntas, a imigração em Angola foi rápida. Toda a nossa bagagem chegou bem. De posse de tudo, Deus nos enviou um “anjo” chamado Andrade (foi a Juliana, uma professora de Educação física que integra a nossa equipe, que discerniu que o Andrade era um "anjo"). Ele cuidou de todos os nossos interesses quando tudo nos parecia hostil e ameaçador. Deus é muito bom!

De Luanda, partimos para Lubango, também em Angola. Na pista do aeroporto, antes de embarcar, cada um precisa indicar qual é a sua mala, que segue diretamente para o avião. Gostei muito desse sistema! Apesar de parecer precário, ele é extremamente seguro. A chance de extravio de bagagem é mínima. Outro aspecto curioso é a acomodação das pessoas no avião, que acontece por ordem de chegada. O número do assento, impresso no seu cartão de embarque, não tem utilidade nenhuma. Os primeiros se assentam onde querem; os últimos se assentam onde podem. Thaís e eu encontramos dois lugares juntos, um no meio e outro no corredor. O homem que estava assentado na janela era um militar. Ele conversou comigo durante todo o tempo de vôo. Quando eu lhe disse que só tive oportunidade de conhecer o aeroporto de Luanda, ele comentou: “Não se preocupe, você conheceu o melhor de Luanda!”. Apesar do exagero, essas palavras me pareceram sintomáticas. Talvez ela traduza parte do que pensa as pessoas da maior cidade do país.

Depois de 30 horas de viagem, sendo 13 de vôo, chegamos em Lubango, no fim da tarde de quinta feira. O sol estava se pondo e estávamos exaustos. Fomos recebidos no belo aeroporto da cidade pelo Norman, missionário da Mission Aviation Fellowship – que, no Brasil, é Asas do Socorro – e pelo Fernando, administrador de um hospital – que trata, principalmente, de tuberculosos. Depois de trocar dinheiro, garantir nosso acesso à internet e comprar comida, chegamos ao seminário católico que nos abrigará. O padre Tarcísio é fantástico e a estrutura do local é ótima. Temos água quente, cama confortável e energia elétrica durante uma parte do dia.

Estamos gratos a Deus por ter nos trazido em segurança. Agora, é descansar para começar o trabalho. No coração, a certeza de que servir a Deus, servindo às pessoas é que dá sentido a vida.

Luiz Felipe Xavier.

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