quarta-feira, 20 de junho de 2012

Soli Deo Gloria


A Bíblia é, basicamente, uma história sobre Deus e sobre sua glória. Essa história começa com a criação do mundo e da humanidade. O reformador João Calvino diz que a criação é o teatro da glória de Deus. Deus cria o homem à sua imagem e semelhança para que este o adore. Mas, esse homem peca contra Deus. Logo, Deus começa a executar um projeto para a salvação de toda humanidade e de toda a criação.
Em Gn. 12:1-3, Deus chama Abraão e faz-lhe uma promessa: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei (...) e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.”. Quando chega a Siquém, sua primeira parada, Abraão toma uma atitude missionária. Ali, ele estabelece a adoração pública a Deus. Por causa da sua contínua adoração, Abraão torna o nome de Deus conhecido. O mesmo acontece com Isaque e com Jacó.
No Êxodo, Deus revela sua glória ao mundo. Ele é exaltado acima dos falsos deuses (idolatria) e das opressivas estruturas (escravidão) do Egito. Por Faraó não levar em conta as palavras de Moisés, Deus envia 10 pragas sobre o Egito e, depois da maravilhosa travessia do Mar Vermelho, a primeira atitude de Moisés e de todo o povo é a adoração a Deus.
Pouco tempo depois, o povo chega à Cades-Barnéia, na fronteira de Canaã. Moisés envia doze espias para reconhecer a terra e dez voltam com medo dos seus habitantes, influenciando todo o povo à rebelião contra Deus e contra o próprio Moisés. Assim, Deus decide destruir o povo e começar um novo povo a partir de Moisés. Diante dessa decisão, Moisés ora a Deus e Deus perdoa o povo, mas não permite que aquela geração conquiste a terra (exceto Josué e Calebe). O mais interessante nessa história é o argumentação de Moisés com Deus: O que as nações dirão do seu nome se você destruir o seu povo?
Décadas depois, o povo conquista Canaã. Essa conquista tem um duplo propósito. Primeiro, recompensar a maldade das nações da terra e cumprir a promessa feita aos patriarcas. Segundo, aniquilar a idolatria das nações. Assim sendo, a conquista acontece por causa da adoração e para a glória de Deus.
A história segue, os juízes governam e, depois, os reis governam. Quando Davi governa, ele decide construir um templo a Deus. Porém, como Davi derramou muito sangue, Salomão é quem constrói e dedica o templo ao Senhor. Na oração de dedicação, ele diz que o templo seria o lugar onde Deus ouviria e responderia ao seu povo e também às nações.
Pouco tempo depois do templo ser construído, a Rainha de Sabá fica sabendo da fama de Salomão, com respeito ao nome do Senhor e vai a Jerusalém para ouvir sua sabedoria. O mais importante é que ela volta para casa com o conhecimento do Deus que guarda sua aliança e ama a Israel para sempre. A Rainha de Sabá e todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. Todavia, quando tudo parece transcorrer bem, o povo começa praticar a idolatria. Infelizmente, é o próprio Salomão que abre o caminho para essa prática.
Após a morte de Salomão, o reino é dividido. A partir deste momento, a história bíblica passa a registrar uma longa batalha, cheia de altos e baixos, contra a idolatria. O resultado da idolatria é a destruição do reino do norte, pelos assírios, e o cativeiro do reino do sul (inclusive do templo), pelos babilônicos.
Quase setenta anos depois, ainda no cativeiro, Daniel ora, pedindo a Deus que cumpra a promessa de restaurar o povo, a cidade e o templo. Essa restauração seria também a restauração da glória do nome de Deus. Daniel pede a Deus que, por amor a si mesmo, restaure o seu próprio nome.
De volta a Jerusalém, a prioridade do povo foi reedificar os muros e o templo. Ageu deixa claro que o templo é para a glória de Deus. Depois do exílio, Israel abandona a idolatria e passa a esperar, com grande expectativa, a vinda do Messias.
Em Cristo, a história de Deus e de sua glória chega ao seu clímax. Jesus resume seu ministério à glorificação do Pai. Isso fica evidente através de três exemplos. O primeiro é a oração do Pai Nosso. Santificar o nome do Pai implica colocar em ordem o caos provocado pelo pecado. O segundo exemplo é o encontro com a mulher samaritana. Adorar em espírito e em verdade implica desnacionalizar e desgeografizar da adoração. O terceiro exemplo é a purificação do templo. Expulsar os negociantes do templo implica restaurar o seu propósito, a saber, ser casa de oração para todas as nações.
Depois de convertido à fé cristã, Paulo alinha sua vida e apostolado ao verdadeiro propósito de Israel e de Jesus: fazer com que Deus receba a adoração de todas as nações. Para ele, o propósito de Deus para os eleitos é a glória; e a glória é ser conformado à imagem de Jesus. Todavia, isso só é possível porque o próprio Cristo habita nesses eleitos.
Aqui vale destacar uma importante novidade. No Antigo Testamento, a glória vem sobre (monte, templo). No Novo Testamento, a glória está em (nós). Nós refletimos a glória de Deus, à medida que, pela graça, vivemos de forma coerente com o Evangelho.
Por fim, o Apocalipse apresenta o cumprimento do propósito de Deus ao longo de toda a história. João vê uma multidão de pessoas, de todas as etnias da terra, glorificando a Deus com as seguintes palavras: “A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro.” (Ap. 7:10). O mais impressionante é que, no fim da história, Deus mesmo habitará entre os homens salvos de todas as nações e será o seu Deus.
Que a paixão por Deus e por sua glória na adoração leve-nos a apresentação de Deus e de sua glória na pregação!
Luiz Felipe Xavier.
Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.

domingo, 27 de maio de 2012

Revelando a glória de Deus ao mundo

Revelando a glória de Deus ao mundo

27 de maio de 2012

Luiz Felipe Xavier

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Conselhos aos formandos em Teologia


Reproduzo, aqui, o discurso que fiz na colação de grau da turma do segundo semestre de 2011, do curso de Teologia, da Faculdade Batista de Minas Gerais. Essa colação de grau aconteceu no dia 24 de março de 2012.

Aos formandos, o meu muito obrigado pelo convite para ser o paraninfo da turma! Penso que essa é uma das maiores honras que um professor pode receber. Eu diria que a nossa caminhada foi excelente... Novo Testamento I e II, Teologia do Novo Testamento, Análise do Novo Testamento e, para alguns, orientação de monografia.
Vocês chegaram a esta casa desejando capacitar-se para o ministério. Agora, vocês estão saindo para o ministério, mas a capacitação deve continuar por toda a vida. Nesta noite especial, eu gostaria de compartilhar com vocês alguns conselhos. Esses conselhos são fruto do que tenho aprendido no exercício do meu ministério, na Igreja Batista da Redenção.
Em primeiro lugar, lembrem-se do Evangelho. O Evangelho é a boa notícia de que Deus, em Cristo, estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens. Essa reconciliação é necessária por causa do nossos pecados, é planejada por causa do amor de Deus por nós e é realizada por causa da cruz de Cristo. Essa é mensagem que devemos proclamar incessantemente.
Em segundo lugar, lembrem-se do amor. Amor vertical, em relação a Deus. Amor horizontal, em relação ao próximo. Amor a Deus, manifesto em oração e obediência. Amor ao próximo, manifesto em compaixão e serviço. O amor deve ser a nossa identidade.
Em terceiro lugar, lembrem-se da igreja. A igreja é composta de pecadores alcançados pela graça de Deus. A igreja nunca foi perfeita, não é perfeita e não nunca será perfeita, até Cristo voltar. Sabem por quê? Porque nós somos a igreja. Vocês serão pastores dessa igreja, igreja de Jesus. Como pastores, tenham sempre outros pastores ao lado. Procurem desenvolver uma liderança compartilhada, onde o maior entre vocês seja apenas o Supremo Pastor. Promovam tanto grandes reuniões de celebração quanto pequenas reuniões em casas. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Levem suas igrejas a praticar os princípios de mutualidade ou mandamentos recíprocos. Simplesmente pastoreiem.
Em quarto lugar, lembrem-se da Escritura. Que o princípio do “só a Escritura”, que era caro aos reformadores, seja caro a vocês também! Que a consciência de vocês esteja sempre cativa à Escritura! Que vocês julguem tudo, tudo mesmo, pela Escritura! Que a Escritura seja, de fato, sua única regra de fé e de prática. Que a pregação expositiva seja um valor para vocês e para a igreja de vocês!
Em quinto lugar, lembrem-se do discipulado. Foi isso que Jesus ordenou que fizéssemos. Discipulado acontece quando um seguidor de Jesus que caminhou mais ajuda um seguidor de Jesus que caminhou menos. Discipulado é relacionamento. É no discipulado que o caráter cristão é desenvolvido e que somos transformados, dia-a-dia, à imagem do Filho.
Em sexto lugar, lembrem-se do serviço. Sirvam sempre e sirvam ao maior número de pessoas possível. O serviço nos livra do desejo pelo poder nesse mundo. Que Deus os livre de buscar o poder! Porém, se algum dia vocês tiverem algum poder, usem esse poder para servir às pessoas, não para a auto-promoção. Jamais esqueçam que o Senhor de vocês não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Em sétimo e último lugar, lembrem-se da missão. Missão é aqui, ali e acolá. É aqui, na nossa casa, na nossa família, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa cidade e no nosso estado. É ali, no Brasil e na América Latina. É acolá, no mundo inteiro. A missão é para fora. A missão é integral. A missão é o que nos mantém vivos.
Por fim, jamais esqueçam-se das palavras de Pedro: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.” (1 Pe. 5:1-4).
Que Deus os abençoe!
Luiz Felipe Xavier

domingo, 15 de abril de 2012

Sabedoria na prática

Sabedoria na prática

Tiago 4:1-17

15 de abril de 2012

Luiz Felipe Xavier

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sábado, 7 de abril de 2012

Redimindo a Páscoa

“Cristo, nosso cordeiro pascal foi imolado” (Paulo, o apóstolo, em 1 Co. 5:7)

A Páscoa, hoje, remete-nos ao coelho e aos ovos de chocolate. O que antes era espiritual e remetia à ação de Deus na história, agora é mercadológico e remete ao consumo. Logo, pouco a pouco, percebemos que o verdadeiro sentido da Páscoa precisa de redenção.

Etimologicamente, Páscoa é “passagem sobre”. Para entender o que isso significa, precisamos fazer uma retrospectiva histórica...

Por cerca de 400 anos, o povo de Deus vive como escravo no Egito. Ouvindo o clamor desse povo, ele decide libertá-lo. Para realizar tal libertação, Deus envia 10 pragas sobre o Egito. A décima praga implicava na morte do primogênito de cada família. Mas, por graça, ele poupa os primogênitos do seu povo. Como isso se dá? Cada família mata um cordeiro, derrama o seu sangue sobre uma bacia e molha os umbrais da porta com esse sangue. Assim, quando Deus passa pela terra para matar o primogênito das famílias não entra na casa onde vê a marca do sangue. Seguindo essa orientação, os primogênitos do seu povo são poupados. Poupados pelo sangue do cordeiro que fora derramado em favor deles. Essa é a instituição da Páscoa. Instituição que lembra, primeiro, salvação, pois os primogênitos foram poupados, e, segundo, libertação, pois todo o povo foi tirado da escravidão no Egito.

Tempos depois, Jesus entra na história. Ungido pelo Pai, ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos do Diabo, no poder do Espírito. Depois de passar cerca de 3 anos e meio servindo às pessoas na Galiléia e arredores, Jesus vai para Judéia. Antes de ser morto, ele passa uma semana em Jerusalém e cercanias. Ali, na quinta feira, Jesus celebra a Páscoa com seus discípulos. Ele a celebra e a transforma. Na celebração, ele identifica-se com o cordeiro que deveria ser imolado. Na transformação, ele escolhe o pão e o vinho como símbolos do seu corpo e sangue, corpo que seria dado em favor de muitos e sangue que seria derramado em favor de muitos. Assim sendo, a Ceia é a Páscoa dos discípulos de Jesus. Na Ceia, recordamos o Evangelho. Recordamos morte, sepultamento, ressurreição e aparição de Jesus. Recordamos a nossa salvação e a nossa libertação.

Hoje, precisamos redimir a Páscoa. Essa redenção implica em atribuir-lhe o mesmo sentido que Jesus atribuiu-lhe. A verdadeira páscoa é celebrada por discípulos de Jesus. É celebrada em torno da mesa da comunhão. É celebrada com pão e vinho. É celebrada com gratidão no coração. É celebrada com a certeza do perdão dos pecados. É celebrada com a alegria da justificação. É celebrada com a disposição espiritual de viver uma nova vida. É celebrada com a esperança da glória.

Portanto, que a lembrança do coelho seja substituída pela lembrança do Cordeiro! Que o doce do chocolate não substitua o amargo do sangue que traz salvação e libertação. Que a Páscoa seja celebrada por todos nós!

Luiz Felipe Xavier.

Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.

domingo, 25 de março de 2012

Aceitem-se e saúdem uns aos outros

Aceitem-se e saúdem uns aos outros

Romanos 15:7

25 de março de 2012

Luiz Felipe Xavier

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domingo, 18 de março de 2012

Qual é o tipo da sua fé?

Qual é o tipo da sua fé?

Tiago 2:14-26

18 de março de 2012

Luiz Felipe Xavier

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