sábado, 26 de abril de 2014

Compromissos dos formandos em Teologia

Reproduzo, aqui, o discurso que fiz na colação de grau da turma do segundo semestre de 2013, do curso de Teologia, da Faculdade Batista de Minas Gerais. Essa colação de grau aconteceu no dia 12 de abril de 2013.

"Aos formandos, o meu muito obrigado pelo convite para ser o paraninfo da turma, aquele que dará a última aula!
Tenho certeza que essa é uma das maiores honras que um professor pode receber dos seus alunos.
 Eu diria que o tempo que passamos juntos foi muito rico...
Novo Testamento I, Novo Testamento II, Teologia do Novo Testamento, e, para alguns, orientação de monografia.
Tudo isso sem contar as reuniões do Núcleo de Belo Horizonte da Fraternidade Teológica Latino-Americana – Setor Brasil, na Igreja Batista da Redenção.

Nesta noite especial,  rogo-lhes que assumam 3 importantes compromissos.

Primeiro: assumam um compromisso com os fundamentos
Paulo, em Efésios 2:19-21,  diz: “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificado sobre os fundamentos dos apóstolos e profetas, tendo Jesus como pedra angular.”.
Quais são os fundamentos dos apóstolos e profetas?
Os fundamentos dos apóstolos e profetas são os ensinos de Jesus.
Jesus ensinou muita coisa...
Ensinou que o Reino de Deus chegou, e que arrependimento e fé são a porta de entrada do mesmo.
Ensinou que o amor, tanto a Deus quanto ao próximo, é o estilo de vida dos cidadãos desse Reino.
Ensinou que, nesse Reino, grandes são aqueles que servem a todos, não aqueles que buscam poder para dominar sobre muitos.
Ensinou que, nesse Reino, aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus.
Ensinou que os cidadãos desse Reino são odiados e perseguidos, como o Rei deles o foi.
É isso que Jesus ensinou e é isso que devemos ensinar também.

Segundo: assumam um compromisso com a tradição
Nicolai Berdiaev, cristão ortodoxo russo, afirma: “Tradição é a fé viva dos que já morreram; tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem.”.
Qual é a nossa tradição?
A nossa tradição é oriunda da Reforma Protestante do século XVI.
Nós, batistas, somos herdeiros dessa tradição.
Logo, como os reformadores, precisamos afirmar:
Sola Scriptura.
Só a Escritura, corretamente interpretada, é a nossa regra de fé e prática.
Ela tem autoridade absoluta sobre nós e a ela devemos nos submeter totalmente.
Solus Christus.
Só pelo sacrifício de Cristo na cruz do Calvário é que podemos ser perdoados dos nossos pecados e reconciliados com Deus.
Assim, só há um Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo de Nazaré.
Sola Gratia.
Só pela maravilhosa graça de Deus podemos ser salvos.
Nós, que somos pecadores, merecíamos a morte eterna.
Deus, que é Santo, deu-nos, de graça, a vida eterna.
Pela graça, nós somos salvos, não pelas nossas obras, para que nenhum de nós se glorie.
Sola Fide.
Só pela fé podemos receber, de graça, a nossa salvação.
Essa fé também é dom de Deus.
Quando confiamos, única e exclusivamente, no que Cristo realizou por nós na cruz, somos justificados.
Soli Deo Gloria.
Só a Deus deve ser dada toda glória pela nossa salvação.
Do início ao fim, ele é o grande protagonista da nossa redenção.
Assim sendo, toda a glória deve ser dada somente a Deus.
Essa é a nossa tradição e a ela devemos nos apegar.

Terceiro: assumam um compromisso com a unidade
Paulo, em Efésios 4:3, diz: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.”.
Qual é a unidade?
A unidade é a do Espírito Santo.
Notem: o Espírito produz a unidade e nós nos esforçamos para conservá-la.
A evidência dessa unidade é a paz.
Talvez seja por isso que Jesus tenha dito que são bem aventurados os “fazedores de paz” – essa é a melhor tradução da palavra grega usada no texto.
Prestem atenção: unidade pressupõe diferentes.
É bem diferente de uniformidade, cujo objetivo é tornar os diferentes iguais.
Assim como Paulo, precisamos conservar a unidade.
Conservamos a unidade quando afirmamos a nossa identidade da maneira mais simples possível.
Somos aqueles que fazem parte da família da Trindade.
Conservamos a unidade quando afirmamos a nossa missão comum.
Somos aqueles que proclamam o Evangelho, com palavras e ações, para que mais pessoas também possam fazer parte da família da Trindade.

Por fim, que jamais nos esqueçamos das palavras de Pedro:
“Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.” (1 Pe. 5:1-4).
Que Deus os abençoe!
Coragem!"
Luiz Felipe Xavier.

Nenhum comentário:

Postar um comentário