quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Jovens da Redê em terras bolivianas

No início do capítulo 13 do livro de Atos dos Apóstolos, encontramos a igreja de Antioquia da Síria discernindo a voz do Espírito Santo e enviando Barnabé e Paulo (na época, Saulo) para uma viagem missionária. No fim do capítulo 14, encontramos esses missionários chegando dessa viagem missionária e contando aos irmãos tudo o que Deus tinha feito por meio deles. Fico imaginando como deve ter sido precioso esse momento... precioso para os que foram enviados e precioso para os que enviaram...

À semelhança de Barnabé e Saulo, quero compartilhar com vocês parte do que Deus fez por meio de 13 jovens da Redê, em terras bolivianas...

Primeiro, Deus trabalhou em nós, através dos momentos devocionais. Todos os dias, após o café da manhã, reuníamos para refletir sobre os princípios de mutualidade ou mandamentos recíprocos. Foi encantador ver a edificação mútua, quando as nossas inadequações eram reveladas, quando as nossas confissões eram ouvidas, quando as nossas as experiências eram compartilhadas, quando as nossas ofensas eram perdoadas e quando a graça de Deus era experimentada por todos. O colorido de comunhão e unidade do grupo foi pintado por Deus durante esses momentos devocionais.

Segundo, Deus tocou crianças, através das nossas vidas. Na primeira semana, trabalhamos com Escolas Bíblicas de Férias, em três igrejas da periferia de La Paz. Nessas igrejas, reuniam-se dezenas de crianças, todas do seu entorno. A maioria era muito pobre, mas muito doce. Podíamos sentir sua doçura em cada gesto de carinho. Enquanto ajudávamos na realização das atividades, elas sempre estavam por perto. Muitas delas queriam apenas nosso afeto, nosso abraço apertado.

Terceiro, Deus falou aos corações, através das nossas bocas. Nas Escolas Bíblicas de Férias, no acampamento da juventude e nas celebrações das igrejas, nós tivemos oportunidade de falar. Algumas vezes, participando do louvor. Foi lindo ver os nossos irmãos bolivianos adorando e louvando ao Senhor, em português. Outras vezes, apresentando teatros. As nossas peças foram verdadeiras encenações do amor de Deus pela humanidade. Em outras ainda, testemunhando e pregando a Palavra de Deus. Pelos compromissos escritos de tantos jovens, por exemplo, discernimos que as exposições bíblicas impactaram, poderosamente, as suas vidas.

Quarto, Deus manifestou-nos o seu amor, através da família Vargas e dos irmãos das igrejas. Durante os 14 dias que passamos em La Paz, o CCM foi como a nossa casa, o Marcelo e a Silvana foram como os nossos pais e a Priscila foi como nossa irmã. Que família especial! O amor deles por Deus transbordou em amor deles para conosco. Em todo o tempo, eles estavam presentes e só faltavam adivinhar o que nós precisávamos ou desejávamos. Além disso, as igrejas que visitamos foram como a nossa Redê. O amor dos irmãos para conosco nos constrangia e emocionava. Foi um grande privilégio conviver com gente tão amorosa durante esse tempo.

Quinto, Deus levou-nos a rever alguns dos nossos valores, através do contato com uma realidade diferente da nossa. Apesar de muito rica, culturalmente, a Bolívia é muito pobre, economicamente. É o país mais pobre da América Latina. A cada um de nós, o contato com a pobreza boliviana foi uma experiência riquíssima. Enriqueceu-nos com gratidão e dissemos: “Obrigado pelo que temos!”. Enriqueceu-nos com contentamento e dissemos: “O que temos é suficiente!”. Enriqueceu-nos com simplicidade e dissemos: “Não precisamos de nada além do que já temos!”. Enriqueceu-nos com generosidade e dissemos: “O que temos pode ser repartido!”. E enriqueceu-nos com amor e dissemos: “Podemos dar-nos a essa gente tão carente!”. Essa riqueza dinheiro algum pode comprar.

Mas, voltando a Atos dos Apóstolos, observamos que essa foi apenas uma de tantas outras viagens missionárias de Barnabé e Paulo. Em seus corações havia um desejo de ouvir outras vezes a voz do mesmo Espírito. Posso dizer que esse mesmo desejo também está presente em nossos corações e estamos dispostos a ser enviados novamente. Para onde, não sabemos, quando, não sabemos, e por quanto tempo, não sabemos. O que sabemos é que os nossos ouvidos estão atentos à voz do Espírito e que os nossos corações estão desejosos de obedecê-lo. Que assim seja!

Luiz Felipe Xavier.

Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.

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