Fiquei sabendo
desse programa por uma aluna, que, prevendo uma crítica à Teologia da Missão
Integral (TMI), pediu-me que gravasse um vídeo, reagindo.
Conheço
o Augustus Nicodemus Gomes Lopes, por poucas conversas, muitas leituras e
pregações. Confesso que o admiro muito, principalmente como expositor bíblico.
Conheço o Jonas Moreira Madureira, por uma conversa e poucas palestras. E não
conheço o Filipe Costa Fontes.
Ao que
parece-me, o "debate", que não aconteceu, foi a opinião de pessoas de
fora da TMI, que não a conhecem e que criticam o que pensam ser a mesma. Como
diria Paul Ricoeur, toda interpretação requer pertença e distanciamento.
Infelizmente, os três que propuseram-se a interpretar a TMI cumprem o requisito
do distanciamento, mas não o da pertença, o que compromete, radicalmente, as
considerações deles.
É
válido destacar que os mesmos não conseguiram definir TMI, não conseguiram
precisar a origem dela (para tal, confira um texto que escrevi aqui mesmo sobre
isso) e, principalmente, não conseguiram pensá-la como distinta da Teologia da
Libertação (TdL), numa versão protestante.
As
críticas deles à TMI podem ser resumidas em duas: primeira: o reducionismo ao
"pobre"; segunda: a ausência de método. No que tange à primeira,
basta correr os olhos sobre os títulos dos artigos dos "Boletins
Teológicos", da Fraternidade Teológica Latino-Americana - Setor Brasil
(FTL-B), por exemplo, para ver a grande diversidade de temas que são alvos da
reflexão dos teólogos latino-americanos. No que se refere à segunda, concordo
que o método não está sistematizado e explícito. Porém, é inegável que há um
método, diluído e implícito. Penso que esse método pode ser chamado de
"Hermenêutica Contextual", entendida em sentido amplo. Mesmo assim,
até onde entendo, a TMI não nasce com a pretensão de ser um sistema teológico,
que careça de um método. Antes, sua preocupação primeira é de natureza missiológica.
Considero
que os "debatedores" é que praticaram um reducionismo. Eles
reduziram, "piedosa e ortodoxamente", a missão da Igreja à
proclamação do Evangelho. Jesus, que é a revelação máxima de Deus, não reduziu
sua missão à proclamação do Evangelho. A missão de Jesus, que também deve ser a
missão da Igreja dele, foi "manifestar aqui e agora a maior densidade
possível do Reino de Deus que será consumado ali e além" (citando o mestre
Robinson Cavalcanti). Além disso, lembremos de outro mestre, René Padilla, que
diz: "Jesus veio libertar os pobres da sua pobreza e os ricos da sua
riqueza". Não apenas o pobre da sua pobreza.
Por fim, só não
lamento mais a publicação desse programa porque ela tem sido uma interessante
"propaganda" da TMI.
Que
Deus ajude-nos, como igreja brasileira, a testemunhar, com palavras e ações, o
Evangelho todo, para o homem todo e para todos os homens!
Luiz Felipe Xavier.
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