No capítulo 13 de Mateus, Jesus conta 7 parábolas.
Parábola é uma estória contada, com elementos da
vida cotidiana, para ilustrar um princípio espiritual. Logo, para
interpretarmos uma parábola, precisamos buscar seu princípio espiritual geral,
sem dar atenção aos detalhes particulares.
As 7 parábolas de Mateus 13 são
sobre o Reino de Deus. Reino de Deus é o governo ou reinado de Deus. Esse
governo ou reinado de Deus já começou, mas ainda não é pleno. Ele começou com o
ministério de Jesus na terra. Assim, Jesus é o Rei do Reino e tudo o que ele
faz sinaliza a presença do Reino. Na era presente, esse Reino é espiritual,
apenas sobre a vida daqueles que submetem-se a ele. Ele está presente quando a
realidade está sujeita à vontade de Deus.
O Reino de Deus pode ser
notado por algumas marcas como, por exemplo, perdão, justiça, paz, alegria,
saúde, liberdade, conhecimento, provisão, segurança, vida e etc.. O
arrependimento dos pecados e a fé na pessoa e obra de Jesus são a porta de
entrada no Reino de Deus. Esse Reino transforma vidas e realidades, e tem a
Igreja como agência e vitrine. No futuro, ele será físico, sobre toda a
criação.
Por que
Jesus usou parábolas para contar sobre o Reino de Deus? Porque as parábolas
revelam aos súditos do Reino os mistérios desse Reino. Biblicamente, mistérios
são realidades que estavam ocultas, desde os tempos eternos, e que, agora,
estão reveladas. Desvendemos, juntos, o primeiro dos 7 mistérios do Reino de
Deus, descritos em Mateus 13.
O primeiro mistério é que o Reino
de Deus deve ser acolhido. Esse é o mistério revelado pela parábola dos quatro
tipos de solo (Mt. 13:1-9, 16-23). Jesus diz que o semeador
saiu a semear. Parte da semente caiu à
beira do caminho. Porém, as aves vieram e a comeram. Esse primeiro tipo de
solo ilustra alguém que ouve a mensagem do Reino e não a entende. Assim sendo,
o Maligno vem e arranca o que foi semeado em seu coração. Parte da semente caiu em terreno pedregoso, onde não
havia muita terra, e logo brotou, porque a terra não era profunda. Todavia,
quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz.
Esse segundo tipo de solo ilustra aquele que ouve a palavra e logo a recebe com
alegria. Contudo, visto que não tem raiz em si mesmo, permanece por pouco
tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo
a abandona. Parte da semente caiu no meio
dos espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas. Esse terceiro tipo de
solo ilustra aquele que ouve a palavra, entretanto, a preocupação desta vida e
o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera. Por fim, parte da
semente caiu em boa terra, e deu boa
colheita, a cem, sessenta e trinta por um. Esse quarto e último tipo de solo
ilustra aquele que ouve a palavra e a entende, e dá uma colheita de cem,
sessenta e trinta por um.
Qual é o princípio espiritual que essa
parábola nos ensina? Ensina-nos que o
Reino de Deus está entre nós e precisa ser acolhido no coração. Ou seja, diante
da mensagem do Reino de Deus, podemos ter duas posturas: de acolhimento ou de rejeição.
Então, a grande pergunta que precisamos
responder é a seguinte: Como podemos acolher a mensagem do Reino de Deus? A
resposta a essa pergunta tem uma dimensão negativa e outra positiva. Negativamente,
não tendo um coração duro, suscetível ao assalto do Maligno. Precisamos pedir a
Deus que are a terra do nosso coração para receber a boa semente da sua
Palavra. Não tendo também um coração raso, que abandona a mensagem quando vem a
tribulação ou a perseguição. Precisamos saber que a submissão a Jesus não é
garantia de vida tranquila sobre a terra, pois tribulação e perseguição podem
vir sobre todos nós. Não tendo ainda um coração tomado pela preocupação da vida
e pelo engano das riquezas. Precisamos resistir tanto à ansiedade quanto à
ganância, pois elas têm o poder de sufocar a Palavra em nossos corações.
Positivamente, podemos acolher a mensagem do
Reino de Deus tendo um coração preparado. Um coração preparado é um coração que
aprende a mensagem para praticá-la. Esse um coração que dá fruto. Fruto da
mensagem é prática da mensagem. Para que o nosso coração seja frutífero,
precisamos negar a nós mesmos, dar razão a Jesus e agir segundo a sua palavra.
Nesse processo, o Reino cresce em nós, para dentro de nós, porque
submetemo-nos, totalmente, ao Rei Jesus.
Que acolhamos o Reino de Deus no coração!
Luiz Felipe Xavier.
Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.
Maravilhoso texto, pastor Luiz Felipe. Tenho pensado esses dias sobre o Reino de Deus. Penso que precisamos falar mais sobre isso em nossas igrejas. Precisamos deixar mais claro como cristãos que o Reino já chegou entre nós. Precisamos nos ver mais (a igreja) como vitrine deste Reino. Obrigada por essa reflexão. Abraço.
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