Todos nós sabemos o que é
tentação. Isso porque essa realidade faz parte da nossa experiência cotidiana.
Todos os dias, e várias vezes ao dia, nós somos tentados. Nós somos tentados
quando o Diabo nos apresenta uma possibilidade de satisfazer os maus desejos do
nosso coração. Se cedermos, significa que caímos em tentação. Se não cedermos, significa
que fomos aprovados num teste. Logo, a tentação pode virar teste. É curioso
que, no grego, a mesma palavra pode ser traduzida por “tentação” ou “teste”. Ou
seja, é o resultado que determinará se a nossa experiência foi uma tentação ou
um teste.
A tentação acontece no lugar onde o Espírito Santo nos leva. O Espírito Santo conduz-nos ao local da tentação. A tentação consiste
em obedecermos a Deus e fazermos a sua vontade ou desobedecermos a Deus e fazermos
a nossa vontade. Mas, por que o Espírito Santo faz isso? Para sermos aprovados
no teste e nos fortalecermos espiritualmente.
A tentação começa quando o Diabo se aproxima. É ele quem nos tenta. Essa tentação se dá com a apresentação da
possibilidade de realizarmos os maus desejos do nosso coração. Porém, por que o
Diabo faz isso? Para cairmos em tentação e nos enfraquecermos espiritualmente.
A tentação vem sobre todos nós. Ela vem sobre
mim e sobre você. Ela veio até sobre Jesus. Ora somos reprovados, ora aprovados.
Todavia, Jesus sempre foi aprovado. Como ele sempre foi aprovado, ele é capaz
de nos ajudar em cada tentação que passamos para sermos aprovados também.
A tentação, frequentemente, torna-se mais forte quando estamos mais
fracos. Na caminhada cristã passamos por momentos
de “alta” e de “baixa”. Nos momentos de “baixa”, as tentações tornam-se mais
fortes, porque estamos mais fracos. É exatamente nesses momentos que precisamos
de maior vigilância. Isso quer dizer que nos momentos de “alta” estamos imunes à
tentação? De forma nenhuma, pois nesses momentos estamos mais propensos a
confiar na nossa justiça própria. Caso isso aconteça, já estaremos caídos.
A tentação, geralmente, direciona-se aos nossos “pontos fracos” ou “áreas
de vulnerabilidade”. Todos nós temos “pontos
fracos”. Todos nós conhecemos as nossas “áreas de vulnerabilidade”. O que
alguns de nós desconhecemos é que o Diabo também sabe quais são os nossos
“pontos fracos” ou “áreas de vulnerabilidade”. Ele os conhece e para eles
direciona suas tentações. Assim, precisamos de maior atenção onde somos mais
débeis.
A tentação reveste-se com uma lógica enganosa. Isso significa que, de modo geral, antes de cedermos à tentação,
formulamos uma lógica que justifique a nossa desobediência. O grande problema é
que essa lógica é enganosa. Ela é enganosa porque nos faz pensar que sabemos
melhor do que Deus o que é melhor para nós. Como pensamos que sabemos melhor do
que Deus o que é melhor para nós, afirmamos a nossa vontade em detrimento da
vontade de Deus.
A tentação demanda certas concessões. Todas
essas concessões estão diretamente relacionadas à lógica enganosa que nos leva à
desobediência. Na verdade, o que negociamos é a consciência que temos do que
seja a vontade revelada de Deus. Assim sendo, parece claro que as concessões
antecedem a nossa queda.
A tentação oferece a possibilidade de uma satisfação imediata, embora
fugaz. O que satisfazemos, quando caímos em
tentação, são os maus desejos do nosso coração. A satisfação é real e por isso
é desejada. Contudo, é uma satisfação falsa, porque é produto da desobediência
a Deus. Além disso, é uma satisfação fugaz, pois seu efeito passa muito rápido.
Pior, não só passa muito rápido, mas deixa em seu lugar uma dolorosa culpa: a
culpa da ofensa aquele que mais nos ama.
A tentação propõe sempre um atalho. O
atalho para a satisfação dos maus desejos do nosso coração, pela desobediência à
vontade revelada de Deus. Tomamos esse atalho quando não confiamos que a
vontade de Deus é melhor para nós que a nossa própria vontade e satisfazemos a
nossa própria vontade em detrimento da vontade de Deus. É simples assim!
A tentação pretende nos desviar da missão do Pai para nós. A missão do Pai para nós é a de nos conformarmos à imagem do Filho, de
sermos e vivermos como foi e viveu o Filho. O Filho foi obediente à vontade do
Pai até o fim, até a morte. Então, à semelhança do Filho, o nosso caminho
também deve ser o caminho da obediência à vontade do Pai. Só assim cumpriremos
a sua missão para nós.
Por fim, a possibilidade de não
cairmos nas tentações do Diabo é real. Que boa notícia! Portanto, a pergunta é:
o que precisamos fazer? Primeiro, contar com a assistência do Espírito Santo.
Ele nos leva para sermos tentados e nos ajuda enquanto estamos sendo tentados.
Segundo, ter a Palavra de Deus habitando em nós. É com a Palavra de Deus que
resistiremos às sugestões mentirosas do Diabo. Terceiro, discernido, com
clareza, a tentação. Quando esse discernimento se faz presente, o que era
tentação pode transformar-se em teste. Um teste no qual somos aprovados e
fortalecidos espiritualmente.
Na nossa caminhada, muitas vezes,
caímos em tentação. Quando isso acontece, precisamos nos colocar aos pés da
cruz de Jesus. É dela que vem o nosso perdão. É dela que vem a nossa
purificação. É dela que vem a graça que nos coloca de pé e nos faz seguir em
frente.
Que todos nós possamos orar como
Jesus nos ensinou: “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Que assim seja!
Luiz Felipe Xavier.
Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.
Já tem algum tempo que não vejo um texto tão bem colocado sobre esse tema. Assunto este que deve ser mais discutido no meio da igreja, pois fatalmente vivemos isso. Parabéns mais uma vez.
ResponderExcluirAbraço.
(Posso repassar?)