A conhecida expressão “pisar na
bola” tem sua origem no chamado mundo do futebol. Todos aqueles que são amantes
desse esporte já viram um jogador, que tinha tudo para fazer um belo gol, pisar
na bola. Dependendo da pisada, o técnico não pensa duas vezes e o tira do jogo.
Nos nossos relacionamentos
interpessoais, pisar na bola é ter uma atitude considerada inaceitável. Maridos
pisam na bola com a esposa e a esposa com o marido. Pais pisam na bola com
filhos e filhos com os pais. Amigos pisam na bola com amigos, vizinhos com
vizinhos, colegas de trabalho com colegas de trabalho, e por aí vai... Pisamos
tanto na bola que o Técnico da vida poderia nos tirar do jogo a qualquer
momento. Mas, ele mantém-nos em campo porque decidiu escalar seu próprio Filho,
o craque dos craques, para colocar-nos na cara do gol e mudar a história do
jogo.
Futebol à parte, o Evangelho é
mais ou menos isso. O apóstolo Paulo afirma que todos os seres humanos estão
debaixo da ira de Deus, porque pisaram na bola com Deus, pecaram contra Deus.
Porém, por seu amor eterno, o Filho de Deus entra na nossa história, vive a
vida como a vida deve ser vivida, não pisa na bola, não peca. Mesmo assim,
morre numa cruz. Morre para perdoar as nossas pisadas na bola, os nossos
pecados. Ele é sepultado, ressuscita ao terceiro dia e aparece a muitos.
Ressuscita para dar-nos uma nova vida, uma vida como a dele.
A grande pergunta é: como podemos
receber esse perdão para os nossos pecados e essa nova vida? Para responder
essa pergunta, o apóstolo Paulo apresenta-nos dois grupos e duas atitudes.
Todavia, no lugar da bola, apresenta-nos uma pedra. “Que diremos, então? Os
gentios, que não buscavam justiça, a obtiveram, uma justiça que vem da fé; mas
Israel, que buscava uma lei que trouxesse justiça, não a alcançou. Por que não?
Porque não a buscava pela fé, mas como se fosse por obras. Eles tropeçaram na
“pedra de tropeço”. Como está escrito: “Eis que ponho em Sião uma pedra de
tropeço e uma rocha que faz cair; e aquele que nela confia jamais será
envergonhado”. (Rm. 9:30-33).
Os dois grupos descritos nesses
versos são: gentios (os povos em geral) e judeus (o povo de Israel). Cada um
deles teve uma atitude: os gentios creram em Jesus e os judeus não. Conforme o
apóstolo Paulo Deus justifica, graciosamente, aqueles que colocam sua fé em
Jesus, somente. Os gentios estavam fazendo isso e os judeus não. Os gentios
estavam buscando uma justiça (ajustar-se das pisadas na bola) que vem de Jesus
e que é recebida de graça, pela fé. Eles simplesmente recebiam o perdão
ofertado por Deus. Os judeus estavam buscando uma justiça (justificar as
pisadas na bola) que vem da lei e que é recebida como mérito, pela obediência.
Eles tentavam auto-justificar-se, ao invés de simplesmente receber o perdão
ofertado por Deus.
Quanto a esses últimos, o
apóstolo Paulo diz: “Eles tropeçaram na “pedra de tropeço”. Quem é essa pedra
de tropeço? Essa pedra é Jesus. Diante dessa pedra, só duas atitudes são possíveis:
incredulidade, que conduz à queda e à destruição; fé, que conduz à segurança
eterna. Todos nós, que pisamos na bola com Deus, que pecamos contra Deus,
precisamos decidir que atitude tomaremos diante de Jesus: atitude de
incredulidade ou atitude de fé. Dessa atitude depende a nossa continuidade no
jogo da vida. Se a atitude for de incredulidade, estaremos caídos e o que nos
aguardará é destruição. Se a atitude for de fé, estaremos de pé e o que nos
aguardará é a segurança eterna. Esse é o Evangelho da graça!
Voltando ao futebol, encerro contando
uma história... Durante algum tempo, ensinei Educação Cristã e Filosofia numa
escola de 5ª a 8ª série. Nessa escola, no fim de cada ano, tinha um superclássico
entre professores e alunos. Entre os professores, um era genial e o outro era o
péssimo dos péssimos. O genial dava aula de Educação Física e o péssimo dos
péssimos dava aula de Educação Cristã e Filosofia. Durante o jogo, o genial
fazia tudo e rolava para o péssimo dos péssimos só empurrar para as redes. Se
ele apenas ficasse parado já era suficiente, pois a bola bateria nele e
entraria. Embora o péssimo dos péssimos fizesse muitos gols, ele e todos os
demais presentes sabiam que o mérito era todo do genial. Assim também acontece
com a nossa salvação. Se dependesse de nós, só pisávamos na bola. Como depende
inteiramente de Jesus, conseguimos fazer alguns belos gols. O mérito, todos nós
sabemos de quem é: é inteiramente dele, que é o craque dos craques.
Luiz Felipe Xavier.
Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção, por ocasião da "Conversação com Ariovaldo Ramos".
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