Marcas de uma vida relevante
Atos 20
21 de setembro de 2014
Luiz Felipe Xavier
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domingo, 21 de setembro de 2014
Marcas de uma vida relevante
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Não matarás
“Não matarás” é o sexto mandamento.
Ele faz parte da segunda tábua. A primeira, a dos quatro primeiros mandamentos,
trata do nosso relacionamento com Deus; é vertical. A segunda tábua, a dos seis
últimos mandamentos, trata do nosso relacionamento com o nosso próximo; é horizontal.
Especialmente à luz dessa última, fica claro que Deus deseja que os nossos relacionamentos interpessoais sejam saudáveis.
Para que isso seja uma realidade em nossas vidas, sugiro que consideremos o
mandamento “não matarás” a partir de três montes.
O primeiro é o
Monte Sinai. No
Monte Sinai, Deus diz a Moisés: “Não matarás.” (Ex. 20:13). Como a palavra
hebraica traduzida por “matarás” é rara e indica “o assassinato violento de um
inimigo pessoal”, uma tradução viável para esse texto é “não assassinarás”.
Logo, do ponto de vista social, Deus está dizendo: “Não construirás uma
sociedade que mata.”; e do ponto de vista pessoal, ele está afirmando: “Não
assassinarás, não agirás movido pelo ódio, não farás justiça com suas próprias
mãos.”.
O segundo é o Monte da Galileia. Num
Monte da Galileia, Jesus diz aos seus discípulos: “Vocês ouviram o que foi dito
aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a
julgamento’. Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra o seu irmão
estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá
[Oco ou Tolo]’, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: ‘Louco!’, corre
o risco de ir para o fogo do inferno.” (Mt. 5:21-22).
Ao que parece, Jesus está
reinterpretando o sexto mandamento para o seus discípulos. Os religiosos
restringem a aplicação do “não matarás”. Para eles, matar é assassinar. Mas Jesus amplia
a aplicação do “não matarás”. Segundo ele, matar é abrigar no coração a ira
contra o próximo; é dizer palavras ofensivas ao próximo. Assim, vez por outra,
todos nós somos assassinos. Mais do que ampliar a aplicação do “não matarás”, Jesus
está apresentando aos seus discípulos uma direção para aqueles que, vez por
outra, são assassinos. Ele o faz através de duas ilustrações. A primeira
ilustração é de uma pessoa que está no templo. Antes de adorar a Deus, essa
pessoa precisa reconciliar-se com seu irmão. A segunda ilustração é de uma
pessoa que está a caminho do tribunal. Antes de defender-se diante do juiz,
essa pessoa precisa entrar em acordo com seu adversário. A pergunta que
surge é a seguinte: O que Jesus está ensinando com essas duas ilustrações? Ele
está ensinando que precisamos ser rápidos na resolução dos conflitos
interpessoais.
O terceiro e último é o Monte da Concórdia.
Nesse monte, nós nos reunimos como igreja para celebrar. Hoje, no Monte da
Concórdia, a Palavra de Deus nos diz: “Não matarás.”. Nós poderíamos pensar nas
macro questões: legítima defesa ou defesa da prole, pena de morte, guerra,
entre outros. Porém, sugiro que pensemos nas micro questões: nos nossos
relacionamentos com os nossos familiares, com os irmãos da família da fé, com
os nossos amigos, com os nossos colegas de trabalho, com as pessoas com as
quais nós convivemos.
Em síntese, o sexto mandamento, tal
como Jesus o interpretou, nos conclama a dois cuidados. O primeiro cuidado é
com o nosso coração. Precisamos cuidar para não abrigar ira contra o próximo.
Para tal, é necessário orar pedindo a Deus que torne-nos mansos. O segundo
cuidado é com as nossas ações. Precisamos cuidar para não ofendermos o nosso
próximo, o que pode acontecer por ação ou reação. Para tal, é necessário orar
pedindo a Deus que dê-nos domínio próprio. Também precisamos cuidar para sermos
rápidos na resolução dos nossos conflitos. Nesse caso, entender a dinâmica de
todo conflito pode ser muito útil. Diante de uma ofensa há duas possíveis
reações: vingança, que é fazer justiça com as nossas próprias mãos; ou perdão,
que é estender ao ofensor a justiça que o Pai nos concedeu. Assim sendo, o
perdoado pelo Pai perdoa o seu próximo. Quem nós precisamos perdoar hoje? A
palavra de Deus para nós hoje é: façam isso o mais rápido possível. Isso porque
o oposto de não matarás é perdoarás.
Que
Deus, por sua graça, nos ajude a perdoar! Isso porque, à medida que crescemos em perdão,
matamos o assassino que habita em cada um de nós. Que assim
seja entre nós!
Luiz Felipe Xavier.P.S.: Esse texto foi publicado no informativo da Igreja Batista da Redenção.
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